O Japão fica atrás de outras nações avançadas nas taxas de teste de coronavírus (ilustrativa/PM)
As maiores companhias de diagnóstico do Japão aumentarão ou ajudarão o país em seu lento esforço de realização de testes de coronavírus ao triplicar suas capacidades combinadas para cerca de 10 mil diariamente antes do fim do verão.
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O Japão continua bem atrás de outras nações avançadas na condução de diagnósticos.
O país espera prevenir uma segunda onda de infecções após o primeiro-ministro Shinzo Abe ter suspendido recentemente o estado de emergência para todo o país.
A BML, cuja capacidade de testes ultrapassou mil no fim de abril, tem a intenção de quadruplicar ou quintuplicar esse número até agosto. A companhia expandirá seu escritório perto de Tóquio e adicionará mais três locais em áreas remotas.
A LSI Medicine aumentará usa capacidade de cerca de 300 para aproximadamente mil até o início de junho. A SLR, subsidiária da Minarca Holdings, disse que aumentaria sua capacidade de 1,6 mil no fim de abril para 4 mil por dia até o fim de maio.
A capacidade nacional de testes de diagnóstico de DNA, os quais usam o método da reação em cadeia da polimerase (PCR), totalizou 24.548 diariamente desde 25 de maio. Os números do ministério da saúde incluem verificações dos setores público e privado.
O Japão visa conduzir 20 mil desses testes PCR diariamente. Contudo, o número ficou abaixo dos 9 mil logo após o feriado de Golde Week deste ano. A testagem per capita do Japão é somente um décimo daquela dos EUA.
“Entrave” na realização de testes
Abe alertou sobre um “entrave” na testagem. Especialistas citam centros de saúde pública sobrecarregados, assim como processos insuficientes para coletar e transportar amostras.
Agências como o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas – NIID inicialmente conduziram todos os testes em nome de centros públicos de saúde. Começando em meados de fevereiro, testes foram subcontratados à Miraca, BML e LSI, junto com outros parceiros do setor privado.
Mas esses centros de saúde continuam enviando a maioria dos testes a agências do setor público. O setor privado, aparentemente, manuseia não mais de cerca de 60% dos testes PCR.
Governos locais estão trabalhando para solucionar o entrave ao estabilizar centros de testes em cooperação com a Associação Médica do Japão. Mais de 110 centros do tipo foram estabelecidos até agora.
Risco aos profissionais da saúde
Uma outra questão envolve o risco de profissionais da saúde sendo infectados por gotículas de espirros, visto que amostras em testes PCR são colhidas ao inserir cotonetes nas narinas de um indivíduo. O ministério da saúde do Japão está perto de aprovar testes PCR que usam saliva. A Takaro Bio e a Shimadzu mostraram que seus reagentes podem testar saliva.
A corrida está em lançar equipamentos e reagentes para testes de saliva. A Kyorin Holdings está desenvolvendo um sistema automatizado para aliviar a carga sobre profissionais da saúde.
“Também estamos desenvolvendo um dispositivo miniatura de teste PCR que pode ser facilmente utilizado por clínicas e outras instalações menores”, disse o presidente da Kyorin Yutaka Ogihara.
Uma alternativa ao método de diagnóstico do teste PCR é uma técnica chamada de amplificação isotérmica por alça, ou LAMP.
A técnica PCR copia sequências de DNA a temperaturas flutuantes. A LAMP pode executar a mesma função a uma temperatura constante, simplificando o processo.
Enquanto as taxas de precisão sejam similares, testes LAMP são mais rápidos – produzindo resultado em cerca de 45 minutos, ao contrário das mais de 3 horas do tradicional.
Mas os testes LAMP exigem equipamento proprietário da Eiken Chemical. A companhia antecipa a produção de reagentes para 200 mil testes por mês, mais do que o dobro de sua produção anterior. Cerca de 500 instituições em todo o Japão usam o sistema Eiken, e a companhia recebeu pedidos para 100 unidades adicionais desde o início da pandemia.
“Planejo expandir gastos de capital novo e força de trabalho”, disse o presidente da Eiken Morifumi Wada.
Fonte: Asia Nikkei