Icônica pousada com barco sobre o teto após tsunami será derrubada

A pousada se tornou um dos símbolos mais icônicos da força mortal do tsunami causado pelo terremoto de 11 de março de 2011.

O barco Hamayuri que foi arrastado pelo tsunami de 2011 e ficou preso sobre a pousada em Otsuchi (News 24)

Uma pousada em Otsuchi (Iwate) que se tornou um dos símbolos mais icônicos da força mortal do tsunami causado pelo Grande Terremoto do Leste do Japão em 2011 será derrubada, 9 anos e meio após o desastre.

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A imagem devastadora do barco chamado Hamayuri, que ficou preso na parte superior da pousada após o tsunami, foi destacada em coberturas de notícias em todo o mundo.

Inicialmente, o governo local dessa cidade costeira buscou maneiras de preservar a pousada danificada, mas após anos de debate e mudança de pessoal, autoridades finalmente decidiram derrubar o que restou da construção.

O Hamayuri original foi removido e desmantelado dois meses após o desastre quando o governo da cidade de Kamaishi na província que era dono dele considerou a embarcação “perigosa”.

Mas antigos residentes de Otsuchi e artistas que residem fora da província organizaram uma campanha para produzir uma réplica do barco. O proprietário da pousada também concordou com o plano.

Kazuko Furudate, que chefia uma organização sem fins lucrativos que trabalhou para restaurar o barco e preservar o local, ficou desapontada com a decisão de se livrar da pousada.

“O desastre destruiu muitas áreas, mas Otsuchi em particular incorreu danos enormes”,disse ela. “Mesmo assim, nem uma relíquia do desastre vai ser preservada aqui? Isso não faz sentido. Lamento pelas gerações de meus filhos e netos”.

Em 2012, o governo da cidade decidiu apoiar a campanha para fazer a réplica do barco e manter a área ao redor da pousada, e promulgou um decreto a fim de levantar dinheiro para o projeto.

O custo estimado do projeto foi de ¥450 milhões (US$4,4 milhões), disse a cidade.

Mas somente ¥3,95 milhões foram arrecadados até agora.

Quando o decreto foi promulgado, a paixão para preservar o que restou mesmo entre os apoiadores começou a desaparecer.

Muitos residentes da cidade também se opuseram constantemente à ideia de preservar a visão “feia” da pousada, que os faz lembrar da tragédia.

Quando a reconstrução progrediu, exigências para desmantelar e remover a pousada cresceram.

Com as chegadas e idas de prefeitos, as políticas da cidade também mudaram.

O prefeito que promulgou o decreto apoiava a ideia de tornar o desastre de 2011 parte da “cultura de Otsuchi”,

O prédio do governo da cidade era, de fato, uma outra relíquia do desastre, visto que 39 funcionários morreram no local após o tsunami ter invadido a estrutura de concreto.

O prefeito queria preservar o prédio também, com a esperança de que tais relíquias atrairiam visitantes a Otsuchi.

Mas quando um novo prefeito assumiu o posto em 2015, a cidade mudou para preservar o legado do desastre “sem depender de prédios” e o antigo prédio do governo foi eventualmente desmantelado em 2019.

O que restou da pousada após a retirada do barco que ficou preso em sua área superior (News24)

Custos de tal demolição foram subsidiados pelo governo central como parte dos esforços de reconstrução. Mas o suporte não estará mais disponível após o fim do ano fiscal de 2020.

Encarando essa realidade, o proprietário da pousada decidiu aceitar a nova política da cidade e concordou em se livrar do que restou.

Em 11 de setembro, a assembleia da cidade aprovou um orçamento de gasto suplementar que inclui ¥40 milhões para o custo de desmantelar a pousada.

O governo espera ter compreensão das pessoas que doaram fundos para preservar a pousada e criar uma réplica do Hamayuri.

Ele planeja revisar o decreto para que o dinheiro possa ser usado de outras maneiras a fim de preservar o legado do desastre.

Fonte: Asahi

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Indústria florestal continua sendo o ambiente de trabalho mais perigoso no Japão

Publicado em 17 de setembro de 2020, em Sociedade

A indústria florestal no Japão continua sendo de longe o ambiente de trabalho mais perigoso.

Homem cortando árvore com motoserra (ilustrativa/banco de imagens PM)

Apesar de um leve declínio em acidentes fatais neste ano, a indústria florestal do Japão continua sendo de longe o ambiente de trabalho mais perigoso.

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Agravando o problema para trabalhadores, a maioria das geralmente pequenas empresas da indústria não conta com seguro, dificultando garantir indenizações adequadas por incidentes.

Famílias enlutadas de vítimas estão pedindo por uma revisão da gestão da segurança relaxada da indústria e se voltando para tribunais para ajuda.

Em março, o Tribunal do Distrito de Tottori ordenou a uma companhia florestal que pagasse ¥27 milhões em indenização pela morte de um funcionário em um acidente causado pela queda de uma árvore há 5 anos. A ação foi apresentada pela mãe de Atsushi Inada, residente de Tottori, que na época do acidente tinha 28 anos.

Enquanto a morte tenha sido reconhecida como um acidente de trabalho, tornando a família elegível para indenização, a companhia não estava coberta por seguro, de acordo com o advogado da mãe da vítima.

No Japão, seguro obrigatório não é aplicável a companhias de pequeno porte, como aquelas na indústria florestal que não contratam trabalhadores em uma base regular ou o número anual de contratos temporários é de 300 ou menos.

Visto que tais pequenas empresas geralmente não são capazes de bancar seguro voluntariamente, a maioria acaba ficando sem cobertura.

No processo, a mãe da vítima argumentou que a companhia não havia fornecido educação de segurança suficiente aos funcionários. O presidente da companhia, entretanto, alegou que Inada foi responsável pela própria morte.

“Ficar perto de uma pessoa cortando uma árvore é um comportamento suicida”, disse ele.

Mas o tribunal reconheceu a negligência do empregador por falhar em estabelecer uma área de trabalho apropriada.

A Agência Florestal, por sua parte, mantém que não pode forçar companhias na indústria a se inscreverem em um seguro voluntário, embora elas as encorajem a fazer isso.

Yukimi Maeda, chefe da associação cooperativa de proprietários florestais na província de Tottori disse que a maioria de suas companhias membro simplesmente não tem dinheiro para adquirir um seguro.

Acidentes em declínio

Acidentes no trabalho estão em declínio na indústria florestal, de acordo com a agência e o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar.

Em 2019, houve 1.248 acidentes envolvendo morte ou lesão resultando na suspensão de trabalho por 4 dias ou mais, queda de 3.191 em 1999.

Além disso, há cerca de 10 mortes por ano de pessoas que trabalham na área florestal não reconhecidas como acidentes na indústria porque elas trabalhavam por conta.

Governos locais realizam seminários ou convenções sobre segurança na indústria florestal para ajudar a endereçar suas medidas de segurança relaxadas, entretanto, a participação não tem sido disseminada o suficiente para aumentar a conscientização de segurança.

Fonte: Japan Today

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