Com mais pessoas trabalhando de casa durante a pandemia de Covid-19, o consumo de café instantâneo está aumentando no Japão enquanto o de grãos de infusão, que são caros, se mantém lento.
Isso, em troca, está aumentando a demanda por grãos de café robusta, que são principalmente usados para fazer café instantâneo. As vendas de grãos arábica de maior qualidade, favoritos de cafeterias, diminuíram.
A tendência tornou o Vietnã, o maior produtor de café robusta, o principal fornecedor de grãos de café do Japão e colocou o Brasil em segundo lugar.
A pandemia mudou radicalmente o consumo de café para casa. Enquanto os preços de ambas as variedades começaram a aumentar no início do verão quando a propagação do coronavírus diminuiu, eles mudaram posteriormente.
O estado de emergência do Japão, declarado em abril, fechou cafés e restaurantes em todo o país, forçando a Starbucks, por exemplo, a suspender as operações em cerca de mil estabelecimentos. Os fechamentos jogaram um balde de água fria sobre a demanda por grãos arábica.
Dessas duas variedades mais populares de grãos de café, a arábica é amplamente considerada superior pelo seu aroma, sabor e qualidade em geral. Ela é usada pela maioria dos cafés e restaurantes.
Em contraste, a demanda pela robusta, uma variedade mais barata e amarga usada em produtos de café instantâneo, tem estado forte enquanto as restrições de Covid-19 mantêm as pessoas em casa.
A demanda por café instantâneo disparou, de acordo com a Ajinomto AGF, uma processadora de alimentos. Suas vendas cresceram cerca de 10% em comparação ao ano anterior, disse a companhia.
Mudanças nos padrões de consumo também afetaram as importações de grão de café não torrados. O Vietnã foi o maior vendedor de grãos não torrados ao Japão para os primeiros 7 meses do ano, de acordo com dados de comércio. Um total de 67.392 toneladas de grãos não torrados foi importado do país no Sudeste Asiático durante o período, alta de 26% no ano.
Enquanto isso, importações do Brasil, principalmente dos grãos arábica, caíram 40% durante o período para 63.850 toneladas. Importações do Vietnã ultrapassaram as do Brasil, há muito tempo o fornecedor número 1 do Japão, pela primeira vez.
O Vietnã está no caminho de ultrapassar o Brasil para o ano todo, disse Shiro Ozawa, conselheiro na comerciante especializada em café sediada em Tóquio, a Wataru & Co. “Esse é um momento histórico”.
Fonte: Asia Nikkei