Novos dados do Japão deixaram especialistas convencidos que a nação de 125 milhões de pessoas erradicou com sucesso a variante Delta da Covid-19.
Nova pesquisa do Instituto Nacional de Genética do Japão sugere que a cepa se conduziu a uma “extinção natural” no país após várias mutações terem a deixado incapaz de fazer cópias dela mesma.
A população do Japão estava em alerta máximo desde o início da pandemia, principalmente após a altamente transmissível Delta ter atravessado as fronteiras do país em 2021.
Durante o pico de sua quinta onda de coronavírus, o Japão estava registrando cerca de 26 mil casos por dia, enquanto países em todo o globo reintroduziram lockdowns para derrubar a curva da Delta.
Mas em novembro, o Japão teve uma recuperação incrível, registrando menos de 200 casos nas últimas semanas e na sexta-feira (19) registrou seu primeiro dia sem uma morte por Covid-19 em 15 meses.
A capital Tóquio, a maior cidade do mundo, lar para 40 milhões de pessoas, registrou apenas 6 novos casos na segunda-feira (22).
De acordo com uma teoria “potencialmente revolucionária” apresentada pelo professor Ituro Inoue, especialista em genética, a variante Delta simplesmente acumulou muitas mutações na proteína de correção de erro do vírus chamada nsp14 .
Inoue disse que o vírus teve dificuldades para reparar os erros em tempo e por fim causou sua “autodestruição”.
“A variante Delta no Japão foi altamente transmissível e manteve outras variantes distantes. Contudo, com o acúmulo de mutações, acreditamos que ela eventualmente se tornou um vírus defeituoso e foi incapaz de fazer cópias dela mesma. Considerando que os casos não têm aumentado, achamos que em certo ponto durante tais mutações ela avançou para sua extinção natural”.
Enquanto alguns especialistas atribuam a queda no número de casos à taxa de vacinação de 76,2% do país e forte aderência ao uso de máscara, Inoue acredita que novas infecções ainda estariam em alta se a variante Delta ainda estivesse “viva e bem”.
O Japão declarou o fim de seu estado de emergência pelo coronavírus em outubro, reabrindo a sociedade após um período de restrições.
O país ostenta agora uma das menores taxas de infecção entre nações desenvolvidas. Entretanto, Inoue alerta que o país não está imune a potenciais novas cepas do vírus.
Fonte: News.com.au