Desde o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no Japão, em janeiro de 2020, o número total de pessoas infectadas passou de 14 milhões no domingo (7).
Houve um avanço na inoculação, com a terceira dose, e muitas das cidades já estão aplicando a quarta. Na sétima onda de infecção, com números diários elevadíssimos, o que mais se ouve é “se for testado positivo novamente os sintomas serão leves” ou “é como uma gripe”. Porém, vem ocorrendo óbitos de adultos jovens testados positivo, pela alteração repentina do quadro.
O comediante Takahiro Azuma escreveu em seu blog que testou positivo pela primeira vez em junho do ano passado e que se sentia aliviado por ter recebido a terceira dose da vacinação contra o coronavírus. No entanto, em meados de maio deste ano, teve sintomas de covid, como febre e garganta irritada. A febre passou depois de 3 horas que tomou um antitérmico. Mas, resolveu fazer o teste e o resultado foi positivo para covid.
“Após a segunda infecção, sinto que o olfato tornou-se menos sensível do que antes. Ainda não encontrei nenhuma informação sobre as sequelas e isso me preocupa”, escreveu.
Veja o que um estudo complexo concluiu a respeito dos riscos de morte, hospitalização e sequelas na segunda ou terceira infecção pelo coronavírus.
Riscos de morte e hospitalização aumentam na reinfecção pelo coronavírus
O epidemiologista clínico americano Ziyad Al-Aly, da Universidade de Washington em Saint Louis, liderou um estudo usando o banco de dados médico do Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA e descobriu que cerca de 260 mil pessoas foram infectadas pelo coronavírus apenas uma vez, e cerca de 30 mil foram tiveram a reinfecção mais de uma vez. Comparou os registros de saúde de 8 mil pessoas com dados de cerca de 5,3 milhões de pessoas não infectadas.
Novos diagnósticos comuns após as reinfecções incluíram dor no peito, ritmos cardíacos anormais, ataques cardíacos, inflamação do músculo cardíaco ou da camada ao redor do coração, insuficiência cardíaca e coágulos sanguíneos. Problemas pulmonares comuns incluem falta de ar, baixo nível de oxigênio no sangue e acúmulo de líquido ao redor dos pulmões, disse Al-Aly.
Os resultados mostraram que o risco de morrer dentro de 6 meses da infecção mais recente foi cerca de 2,1 vezes maior e o risco de hospitalização foi cerca de 3 vezes maior no grupo com covid pela segunda ou terceira vez, em comparação com o grupo infectado apenas uma vez. Além disso, o risco de ter sequelas aumentou cerca de 1,8 vez.
Sistema imunológico mais fortalecido na segunda infecção é mentira
“Existe essa ideia de que, se você teve covid antes, seu sistema imunológico está treinado para reconhecê-lo e está mais equipado para combatê-lo, e se você tiver novamente, talvez isso não o afete tanto, mas isso, realmente, não é verdade”, disse Ziyad Al-Aly.
Covid não é gripe, não a subestime
“É impossível coletar e analisar tantos casos como esse no Japão, no momento. Este é o primeiro estudo que comprova que covid não é gripe ou resfriado. O risco de morte aumenta sim. Você pode ficar gripado várias vezes, mas seu risco de morte não aumenta. Portanto, esse estudo comprova que covid não é gripe”, disse o professor Yoshiaki Katsuta, da Faculdade de Bem-Estar da Universidade Kansai.
Fonte: Post Seven