Peixe cavala (サバ) assada aberta ou crua em sashimi (Flickr)
Quando se vê os lindos peixes nos balcões dos supermercados ninguém imagina que podem ter o parasita Anisakis. Mas, não é preciso temer, pois com apenas um dos 2 cuidados se pode evitar a intoxicação alimentar chamada anisaquíase.
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Para entender o que acontece é preciso saber que esse parasita pode aparecer nas vísceras e até na carne. Parece uma linha branca, bem fina de 0,5 a 1 milímetro, medindo de 2 a 3 centímetros de comprimento.
O povo japonês costuma ingerir pescados crus, por causa dos tradicionais sushi e sashimi. Os peruanos também têm o ceviche e os havaianos o poke. É claro que quando se vai a um restaurante especializado o chef toma os cuidados, por isso, não há perigo. Mas, às vezes, pode acontecer de comprar uma bandeja de peixe no supermercado, com esse parasita.
No dia 10 de outubro uma pessoa comprou saury do Pacífico (ou sauro), chamado de sanma em japonês (サンマ), em um supermercado de Toyama, e encontrou cerca de 30 parasitas desses, segundo um post no Twitter. Isso viralizou e causou polêmica, pois não é um peixe que costuma ter Anisakis.
Parasita Anisakis (NIID)
Há duas possibilidades: mesmo que tenha sido congelado como se recomenda, no transporte a refrigeração não foi adequada, ou já estava visível no momento do empacotamento e não foi eliminado.
Sintoma da anisaquíase
O parasita Anisakis causa severa intoxicação chamada de anisaquíase, quando entra no estômago humano e no intestino. A dor dessa gastroenterite é intensa e é conveniente procurar um médico.
Os sintomas começam a aparecer cerca de 8 horas ou mais depois da ingesta do pescado cru ou mal preparado.
Mesmo que mastigue bem, se um pedacinho desse parasita se aloja no estômago pode causar a gastroenterite chamada de anisaquíase.
Quais são os pescados
Peixe sauro ou saury do Pacífico (サンマ) fresco (Flickr)
Em geral, os pescados com maior incidência desse parasita, são:
- Cavala ou サバ
- Carapau ou アジ
- Sauro (saury do Pacífico) ou サンマ
- Bonito ou カツオ
- Sardinha ou イワシ
- Alabote japonês ou ヒラメ
- Salmão ou サケ
- Lula ou イカ
Fique tranquilo: segurança alimentar fácil
De acordo com o Ministério da Agricultura, Florestas e Pisciculturas do Japão (MAFF), outubro e março são os meses com o maior número de casos de anisaquíase, entre 2017 e 2019, na média de 30 a 50 casos, portanto, baixo.
Anisakis é visível a olho nu e pode ser removido (MAFF)
Em geral os supermercados e pescarias congelam os pescados a uma temperatura inferior a -20ºC por mais de 24 horas, como se recomenda, antes de colocá-los à venda. Mas, se ficar preocupado, a recomendação do MAFF é retirar primeiro as vísceras e depois congelar em casa, pois os parasitas morrem.
Se o congelador de sua casa não regula até -20ºC não tem problema.
Outra forma de matar esse parasita é preparar os pescados na grelha, cozido, assado ou frito a uma temperatura superior a 60ºC por mais de 1 minuto. Essa é a forma mais fácil.
Mitos
Se ouvir dizer “basta mastigar bem” ou “use temperos como vinagre, bebida alcoólica, sal, wasabi, shoyu e outros”, não acredite. São mitos.
As melhores formas de alimentação segura são as 2 recomendadas acima.
Fontes: ANN, MAFF e Fukushi Koen