O CEO da Canon, Fujio Mitarai, disse em entrevista coletiva na quarta-feira (26) que os riscos geopolíticos estão aumentando nas bases de produção no exterior. “Esse é um grande desafio”, disse.
“Vamos trazer as principais fábricas de volta ao Japão”, disse e esclareceu essa ideia.
Citou como exemplos a relação tensa entre China e Taiwan, dizendo que “nos países onde a economia pode ser afetada não podemos deixar – as bases de produção – sem vigilância. Há apenas duas opções: transferi-las para um país mais seguro ou trazê-las de volta ao Japão”.
E relembrou que no início deste ano fechou sua planta de câmeras na China.
Ele também apontou as mudanças no ambiente de trabalho no exterior como motivo para retornar ao Japão. No passado, quando montou suas fábricas na China e nos países do Sudeste Asiático o grande motivo foi em relação aos salários mais baixos.
No entanto, os salários e os preços locais aumentaram nos últimos anos, o que se tornou menos atraente”, explicou. A depreciação do iene favorece em relação aos custos, os quais se tornam relativamente mais baixos no Japão, por isso é apontada como uma das razões para o retorno ao mercado doméstico.
Por outro lado, enfatizou que para promover o retorno ao Japão é preciso reduzir ainda mais os custos, promovendo a robotização e automação da produção.
Canon: lucro com a desvalorização do iene
Os resultados financeiros da Canon para o período de janeiro a setembro de 2022 anunciados no mesmo dia mostram que as vendas aumentaram 12,4% em relação ao ano anterior, um total de 2,874 trilhões de ienes. O lucro operacional aumentou 24% em relação ao ano anterior, resultando em 2.560 trilhões de ienes. Assim, o lucro líquido teve um aumento de 2,7%, cujo resultado foi de 159,1 bilhões de ienes.
As vendas no exterior representam 80% do total da Canon, sendo que a rápida depreciação do iene foi um forte vento que soprou a favor. “Não temos nada a perder com a desvalorização do iene. Congratulamo-nos com isso”, disse Mitarai.
Fonte: Asahi