O Ministério do Meio Ambiente do Ambiente do Japão (ENV) organizou duas reuniões de especialistas em janeiro para avaliar os efeitos das substâncias per e polifluoroalquil (PFAS, sigla em inglês) na saúde, apontado como prejudicial, e para discutir até que ponto está presente na água que chega às residências.
O ministro do Meio Ambiente, Akihiro Nishimura, disse em entrevista coletiva na terça-feira (31) que gostaria de promover esforços para garantir a segurança da população.
Os especialistas apontam que o Japão está ficando para trás da Europa e dos Estados Unidos em termos de contramedidas em relação ao PFAS.
O que é PFAS
PFAS é um termo geral para mais de 4.730 compostos orgânicos de flúor. Verificou-se que é difícil se decompor na natureza e se acumula na água,e foi apontado que é tóxico para os seres humanos.
Dentre os PFAS, o PFOS e o PFOA repelem água e óleo e são estáveis ao calor, sendo utilizados como agentes extintores de incêndio e no revestimento de frigideiras. No Japão, a fabricação e importação dos produtos com essas substâncias estão proibidas por lei.
Afinal, a PFAS é tóxica ou não?
A quantidade em que a toxicidade para os seres humanos se torna um problema ainda está sendo pesquisada e nenhuma conclusão foi alcançada internacionalmente. O ENV e o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão (MHLW) posicionaram o PFOS e o PFOA como itens a serem monitorados e estabeleceram valores-alvo provisórios para as concentrações na água da torneira que devem ser lembrados.
Na área de Tama, em Tóquio, grupos de cidadãos estão cooperando com especialistas para investigar independentemente os níveis sanguíneos dos residentes. Nishimura, enfatizou a importância de coletar conhecimento, afirmando: “Não há conhecimento científico suficiente para avaliar a relação entre os níveis sanguíneos e os efeitos na saúde“.
Povo de Okinawa evita beber água de torneira
Em Okinawa a briga entre o governo local e as bases militares americanas vem acontecendo há anos. Recentemente, em 30 de janeiro, em um documento obtido pela emissora QAB, o governo da província apontou que “devemos saber se é possível investigar a origem do surto dentro da base de Kadena”. Por outro lado, a resposta do oponente foi de que “não achamos que as medidas contra a fonte de poluição sejam necessariamente mais econômicas do que as contramedidas usando carvão ativado. Não achamos que os militares dos EUA sejam a única fonte de poluição”.
O problema da água contaminada não é só nas cidades próximas a essa base, mas em quase todas da província. Por isso, a população local vem pedindo ao governo do país, especialmente ao ENV, medidas para solucionar esse problema.
No dia 15 de outubro do ano passado, o Comitê para a Proteção da Vida dos Cidadãos da Poluição com PFAS, que foi detectado na água dos rios próximos a bases militares e na água potável da Usina de Tratamento de Água de Chatan, anunciou os resultados de uma concentração sanguínea, pesquisa realizada em 387 pessoas em 6 municípios na província, perto das bases militares. Em comparação à média nacional levantada no ano passado pelo ENV, há áreas onde os valores chegam a ser 14 vezes maiores da média do país. Além disso, PFAS excedendo o valor alvo de controle definido pela Alemanha, como tendo impacto na saúde, foi detectado no sangue de 27 pessoas pesquisadas.
Consumo de água mineral
Uma pesquisa realizada em 2009 nos rios e águas subterrâneas detectou altas concentrações excedendo os valores-alvo provisórios em 81 locais em 13 das 31 províncias analisadas, incluindo Osaka. Os governos locais estão instruindo e aconselhando os proprietários de poços a não beber água que contenha PFOS ou PFOA.
A quantidade proporcional de consumo de água mineral do Japão em Okinawa é a número 1 por causa dessa contaminação da água que chega nas residências.
Fontes: Okinawa Times, MBS, Nikkei e QAB