“Acho que ele está assistindo ao Festival de Hamamatsu do céu. Ele gostava de ver as pessoas reunidas”, disse a brasileira Ilma Masae Nakashima, 52, na sexta-feira (5), que participa desse evento com sua família há muitos anos. Suas palavras foram dirigidas ao ‘seu João’, cujo nome é Toshiei Masuko, fundador da Servitu.
Uma pipa foi lançada ao céu, como homenagem póstuma a ele, que faleceu em fevereiro deste ano com 72 anos, lembrando que foi uma ponte entre os japoneses e brasileiros da cidade de Hamamatsu (Shizuoka).
“Ajudou tantas pessoas, espero que esteja descansando em paz”, disse ela, expressando sua gratidão a Masuko.
Ilma contou que é de São Paulo e veio ao Japão em 1991. Sua amizade com ‘seu João’ era de mais de 20 anos, pois era cliente da Servitu, em Naka-ku Sunayama-cho.
Contou que quando o Japão entrou em crise por causa do choque do Lehman Brothers em 2008, viu o ‘seu João’ ajudando as pessoas servindo refeições, tanto para os brasileiros quanto aos japoneses.
“Ele sempre me dizia para cuidar da saúde”, relembra. Ao saber da notícia de sua morte, Ilma contou que “foi como se tivesse perdido um parente, fiquei muito triste”.
Desde que sua filha mais velha nasceu participa do festival, há mais de 20 anos. Nesse dia estava com ela e o neto para verem a pipa gigante subir, mesmo difícil de empiná-la por causa do vento fraco.
De acordo com Yasunari Shiga, 59, diretor do Suna-gumi, associação dos moradores de Sunayama-cho, onde ficava a Servitu antigamente, já participou de uma roda de samba. “Não conhecia muito bem, mas tive a impressão de que era um lugar onde os brasileiros se reuniam”.
A cidade de Hamamatsu tem cerca de 10 mil brasileiros residentes. “Algumas pessoas acham o som da trombeta assustador, mas ao participarem do festival, se tornam parte da comunidade local, o que leva a um entendimento mútuo”, disse um funcionário da Hamamatsu International Exchange Association (HICE).
Fonte: Shizuoka Shimbun