É muito raro um bebê prematuro, com menos de 300 gramas sobreviver. Pois, no Japão, na província de Nagasaki, o bebê veio ao mundo com 283 gramas, prematuro, com 22 semanas e 2 dias.
Por volta das 4h de 9 de setembro do ano passado, a gestante japonesa Mikiko Namie, 33, sentiu fortes dores abdominais acompanhadas de hemorragia. Seu marido, Kyohei, 34, estava trabalhando, então, o pai dela a levou de carro ao hospital de Sasebo.
A mãe japonesa deu à luz o menino, às 8h41 da mesma manhã, medindo 27,5 centímetros e pesando menos de 300 gramas. O pai interrompeu o trabalho para ir ao hospital imediatamente ao receber a notícia.
A pele dele descamava só de tocá-la e, dependendo de como era tocado, seus ossos se quebravam. Os médicos realizaram medidas de reanimação, enviando oxigênio pela traqueia e, por volta das 9h30, o recém-nascido foi transportado para o centro médico geral da cidade, onde tem uma unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal.
Ao mesmo tempo em que o casal e seus respectivos pais comemoraram a vinda do pequeno Kiyuu (希有), com apenas 22 semanas ao invés das 40, sabiam que a taxa de mortalidade era elevada. Segundo a reportagem, o médico e as enfermeiras se empenharam ao máximo para que ele vivesse, e o dr. Yoshikazu Otsubo pensou que “esta criança pode ser salva”.
Primeiro colo, ainda na UTI
E, de fato, Kiyuu começou a ganhar peso e tudo foi acompanhado por seus pais, visitando diariamente a UTI neonatal. Foi em novembro que o casal finalmente pode pegá-lo nos seus braços, ainda muito pequeno.
Para os pais do pequeno bebê, ele era pesado comparando à situação de quando nasceu. Era uma alegria.
Finalmente, em 20 de março deste ano, Kiyuu teve alta hospitalar, com o peso de 2,9 quilos. “O médico e as enfermeiras nos encorajaram. Graças a eles, conseguimos superar nossos dias difíceis. Não temos palavras suficientes para agradecê-los”, disse a mãe.
Bebê lutou para viver
Ele precisava de check-ups regulares, mas recebeu alta do hospital sem nenhum equipamento médico, exceto para a administração de oxigênio pelo nariz à noite. Não seria estranho para ele ter efeitos colaterais mais sérios, mas o dr. Otsubo disse: “Ele mesmo era forte”.
Os pais concordaram com o médico dizendo que “Kiyuu foi quem mais batalhou”.
“Foram dias e dias de luta psicológica, sem poder baixar a guarda. Pude ser atendida por um milagre, pois não aceitam fazer parto com 22 semanas. Agradeço a ele (filho) por ter esperado 22 semanas e 2 dias para nascer”, disse a mãe.
Atualmente, o peso de Kiyuu aumentou para cerca de 4,7 kg. Ele não precisa mais de oxigênio e está crescendo saudável com sua família.
Fonte: Nagasaki Shimbun