Na cidade de Rumoi (Hokkaido), no sábado (13), os pescadores profissionais disseram que nunca viram isso em 40 ou 50 anos. Esse fenômeno ocorre nos dois portos pesqueiros da cidade. “Em uma hora pesquei 150 sardinhas”, disse um jovem que foi pescar por hobby.
No porto de Suttsu, a 200 quilômetros de Rumoi, o panorama é o mesmo: as águas brilham na cor prata de tantas sardinhas. Basta lançar a isca no mar para fisgar uma sardinha rapidamente. Os pescadores por hobby comemoram e, como são sardinhas frescas, uma das formas de preparo é o sashimi. A outra é assá-las para aproveitar a gordura boa.
Todos os anos, as sardinhas migram para sul no inverno, mas em janeiro deste ano, houve mais de 10 dias em que a temperatura da água do mar ultrapassou os 10 graus Celsius, e muitos cardumes ficaram para trás em vez de se dirigirem para sul.
No entanto, por volta de março, a temperatura da água do mar caiu repentinamente. Por isso, as sardinhas podem ter escapado para os portos de pesca onde a temperatura da água do mar é ainda ligeiramente mais elevada.
Praia forrada de mariscos
Ainda em Hokkaido, na cidade de Atsuma, a praia está forrada de mariscos Spisula sachalinensis, que têm o nome popular de mariscos surf de Sakhalin.
Um pescador profissional calculou que havia pelo menos 100 toneladas desses mariscos encalhados. Isso equivale à pesca de um ano. Mas, como a associação dos pescadores ainda não sabia da causa avisou a população para não comê-los crus, mas sim, assados ou cozidos.
Segundo um especialista, os mariscos ficam com dificuldade na movimentação quando a temperatura da água do mar cai abaixo de 7℃. Como no fim de março a temperatura caiu para 3,89ºC, os mariscos devem ter ficado incapazes de se mover, por isso foram parar na praia, levados pelas altas ondas de mais de 4 metros.
Brilho em uma praia no Mar do Japão
Na segunda-feira (15), na praia da cidade de Toyama (província homônima), banhada pelo Mar do Japão, um outro fenômeno está surpreendendo os moradores.
Anualmente, entre março e junho, é comum ver as lulas vagalume (brilham na escuridão), pois aparecem perto da praia para a desova. No entanto, a água ficou forrada desses seres comestíveis. Essas lulas minúsculas foram pescadas de quilos em redes. Segundo um entrevistado que anualmente vai pescá-las é a primeira vez que vê tanta quantidade.
“A maioria vem pescar e em 15 minutos vai embora porque é tanta quantidade que não tem como levar pra casa”, disse.
Os pescadores profissionais também estão espantados. A cada 3 horas as redes se enchiam com 5 toneladas, uma fartura histórica. Segundo as estatísticas, isso não acontece desde 1953.
A consequência desse fenômeno é boa para os consumidores. No ano passado, 200 gramas dessa lulinha (hotaru-ika) foram vendidos a 1,5 mil ienes nos supermercados. Nesta temporada, os preços caíram para 599 ienes pela mesma quantidade.
Esse molusco é saudável e saboroso, podendo ser comido cru em sushi, mas também em molhos de pasta, cozido, preparado junto com o arroz, salteado, refogado com verduras, entre outros.
Fonte: ANN