
Bandeira da Venezuela e Hugo Carvajal (Wikimedia)
Em meio às tensões na Venezuela, o ex-chefe de inteligência desse país, Hugo Carvajal, conhecido como “El Pollo”, revelou diante de um tribunal que o regime de Hugo Chávez financiou vários líderes latino-americanos, incluindo Fernando Lugo do Paraguai, além de Lula da Silva do Brasil, Néstor Kirchner da Argentina, Evo Morales da Bolívia, Gustavo Petro da Colômbia e outros.
A notícia divulgada inicialmente pelo veículo The Objective, na sexta-feira (17), horário do Brasil, repercutiu imediatamente nos países da América do Sul. As mídias de esquerda do Brasil haviam divulgado anteriormente que Lula não aparecia nesse inquérito, mas pelo visto, não era verdade.
O ex-general do Exército, chefe de inteligência militar e testemunha direta da ligação entre o regime de Hugo Chávez e o crime organizado, tinha fugido para a Espanha, de onde foi extraditado para os Estados Unidos em 2023.
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Agora, esse mesmo homem comparece perante um juiz federal em Nova Iorque como testemunha arrependida. Segundo fontes próximas ao ex-espião chavista, El Pollo está disposto a revelar tudo: desde os pactos com as FARC até o dinheiro que o chavismo distribuiu pelo mundo para alimentar a extrema esquerda.
Diante das acusações de tráfico de drogas e terrorismo, ele quer escapar de uma condenação de décadas, por isso, decidiu revelar tudo.
Em 25 de junho de 2025, Carvajal se declarou culpado de quatro acusações de crime grave perante o juiz Alvin K. Hellerstein, no Distrito Sul de Nova Iorque. Sua sentença será em 29 de outubro.
Carvajal, que era um dos aliados mais próximos de Chávez, admitiu aos tribunais americanos seus vínculos com o tráfico de drogas e o terrorismo. Sua cooperação com a Administração de Controle de Drogas dos EUA (DEA) busca reduzir uma pena que pode chegar a 20 anos de prisão.
Entregou Lula e outros líderes
De acordo com o veículo de comunicação espanhol The Objective, El Pollo, alegou ter documentação inédita sobre como o governo venezuelano, por meio da PDVSA, canalizou fundos para movimentos e partidos de esquerda em diversos países.
“O governo venezuelano financiou ilegalmente movimentos políticos de esquerda em todo o mundo por pelo menos 15 anos”, teria dito ele a um tribunal espanhol.
Entre os nomes que mencionou estavam Néstor Kirchner na Argentina, Evo Morales na Bolívia, Lula da Silva no Brasil, Fernando Lugo no Paraguai, Ollanta Humala no Peru, Manuel Zelaya em Honduras, Gustavo Petro na Colômbia, além do Movimento 5 Estrelas na Itália e Podemos na Espanha.

Nome do Lula aparece entre outros destacados em amarelo (The Objective)
Vale lembrar que o presidente Lula providenciou um avião da FAB para buscar a condenada a 15 anos de prisão, a ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, para lhe conceder “asilo” no Brasil, em junho deste ano.
O marido dela, Ollanta Humala, que governou o Peru de 2011 a 2016, foi preso por crimes de lavagem de dinheiro. O casal estava envolvido no escândalo da Lava Jato.
“O mesmo método que usaram para inundar o Podemos e os Kirchner com dinheiro”, afirmou Carvajal, detalhando que os fundos eram enviados em espécie por malas diplomáticas e outros meios secretos, com a autorização de Nicolás Maduro, quando ainda era ministro das Relações Exteriores.
Em seu depoimento, ele também admitiu ter feito parte do Cartel dos Sóis, uma organização criminosa infiltrada nas Forças Armadas da Venezuela, e reconheceu seu envolvimento no envio de toneladas de cocaína para a América do Norte.
Operação de financiamento no exterior continua com Maduro, segundo El Pollo
Em seu depoimento, o ex-militar explicou que a petrolífera estatal PDVSA funcionava como a grande caixa-preta do socialismo bolivariano, um poço sem fundo de onde eram irrigadas campanhas políticas, veículos de comunicação simpatizantes e projetos ideológicos fora da Venezuela, como para Lula e outros presidentes da época.
“O governo venezuelano financia ilegalmente movimentos políticos de esquerda em todo o mundo há pelo menos 15 anos“, escreveu Carvajal em documento enviado ao juiz.
Carvajal sustenta que a operação de financiamento político internacional continua sob o governo de Nicolás Maduro, que, segundo seu depoimento, manteve essa prática como parte de sua política externa enquanto ainda era ministro das Relações Exteriores.
Fontes: The Objective, Infobae, Revista Fortuna e San Lorenzo







