
Liderança feminina avança globalmente: Japão elege primeira-ministra (imagem ilustrativa/PM)
Na última eleição, Sanae Takaichi tornou-se a primeira-ministra do Japão, marcando um momento histórico ao ser a primeira mulher a liderar o país desde a Segunda Guerra Mundial.
Com isso, o Japão se junta a um grupo de 82 países que tiveram uma mulher como chefe de estado ou governo, representando cerca de 43% das nações-membro das Nações Unidas, conforme analisado pelo think tank americano, Council on Foreign Relations.
Nos últimos tempos, a liderança feminina tem se expandido para além do norte da Europa, frequentemente vista como pioneira na igualdade de gênero.
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Um exemplo notável é o México, onde normas tradicionais centradas no homem ainda são fortes. No entanto, Claudia Sheinbaum assumiu a presidência no ano passado, evidenciando a propagação do poder feminino ao redor do globo.
O caminho foi inicialmente desbravado em 1960 por Sirimavo Bandaranaike, que se tornou primeira-ministra do Domínio do Ceilão, atualmente Sri Lanka, e a primeira mulher a liderar um governo moderno.
Indira Gandhi seguiu como primeira-ministra da Índia em 1966 e, posteriormente, Margaret Thatcher foi eleita primeira-ministra do Reino Unido em 1979. A ascensão de Thatcher inspirou muitos políticos contemporâneos, incluindo Takaichi, que a considera um modelo.
Em 1986, Corazón Aquino se tornou a primeira mulher presidente das Filipinas. Desde os anos 1990, mais mulheres alcançaram posições de liderança nacional no Sudeste Asiático, Europa e América do Sul. Na vizinhança do Japão, Park Geun-hye foi eleita presidente da Coreia do Sul em 2013.
Takaichi “quebrou o teto de vidro”
Com Takaichi quebrando o teto de vidro ao se tornar a primeira mulher a liderar o Partido Liberal Democrático no Japão (PLD), todos os países do G7, exceto os Estados Unidos, já tiveram uma mulher como presidente ou primeira-ministra.
Shin Ki-young, professor do Instituto de Estudos de Gênero da Universidade de Ochanomizu, afirmou que o aumento de mulheres em postos de liderança nacional reflete “um crescente número de mulheres na política, estimuladas por mudanças na consciência social, incluindo movimentos femininos”.
Ele acrescentou que “como visto em muitos países, líderes femininas também tendem a surgir em momentos de crise nos partidos políticos”.
“Sensação de renovação”
Shin observou que a ascensão de Takaichi ao poder não indica necessariamente um avanço mais amplo para as mulheres na política japonesa. Um dos motivos seria que o partido governante, o PLD, busca projetar “uma sensação de renovação”.
Conhecida por suas visões conservadoras, Takaichi adota uma postura cautelosa em relação à revisão da exigência de que casais casados no Japão adotem um sobrenome único, permitindo que tenham nomes de família separados. Ainda não está claro se as políticas de igualdade de gênero avançarão sob sua administração.
“Aumentar o número de mulheres com perspectivas diversas — do conservador ao progressista — em várias organizações ajudará a cultivar a próxima geração de líderes femininas‘, concluiu Shin.
Fonte: JT







