
Foto ilustrativa (PM)
Segundo a Agência Nacional de Polícia do Japão (NPA), o número de desaparecidos, incluindo os ‘johatsusha’, registrados em 2024 foi de 82.563, marcando uma diminuição de 7.581 em relação ao ano anterior, mas ainda em um nível elevado.
As principais causas e motivações foram relacionadas com doenças, incluindo demência, problemas familiares e atividades profissionais ou ocupacionais, por esta ordem, com uma tendência crescente de registros de jovens na faixa da adolescência aos 20 anos e de pessoas com mais de 70 anos.
Embora muitos desaparecidos sejam encontrados rapidamente, dentro de uma semana, também houve casos de morte, o que destaca a importância de buscas céleres.
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A maioria (60%) dos desaparecidos é do sexo masculino e se divide em dois grupos: um dos jovens (da adolescência aos 20 anos) e dos idosos acima dos 70 anos.
Johatsuha

Foto ilustrativa (PM)
Entre os desaparecidos, há o que se chama de “johatsusha” (indivíduo que evapora), independente da faixa etária, referindo-se a pessoas que desaparecem repentinamente, sem entrar em contato com a família ou o local de trabalho, devido a problemas interpessoais, dívidas, problemas de saúde mental ou outros motivos.
O termo, sem tradução, é usado assim mesmo no mundo. É comum no Japão e “evaporação” significa “desaparecimento” ou “sumir”. A expressão popularizou-se após o filme e a música “Johatsusha” se tornarem um bordão, e também foi tema de documentários sobre questões sociais contemporâneas.
Johatsusha: diferença com os desaparecidos
Os desaparecidos, em geral, não são os que fazem por vontade própria, como os adultos e idosos que sofrem de Alzheimer, por exemplo, ou crianças que se perdem, ou ainda os adolescentes que querem fugir de casa.
Os que querem se “evaporar” da sociedade – johatsusha – não deixam rastros, muitas vezes não levam seu smartphone, não fazem contato com a família, cancelam contas bancárias e simplesmente desaparecem.
Começam a vida com outro nome, em outro lugar, e permanecem no anonimato. Muitos querem apenas ficar sozinhos.

Foto ilustrativa surrealista de um ‘evaporado’ (PM)
Diversos fatores estão interligados para esse sumiço sem rastros, incluindo solidão, problemas de relacionamento, dificuldades financeiras, ameaças da yakuza, doenças mentais como depressão e o desejo de recomeçar a vida.
Alguns contratam serviços especializados para o desaparecimento definitivo ou para as famílias que querem descobrir o paradeiro do seu ente querido. Mas os johatsusha sempre costumam dar pistas antes de desaparecerem. Mudam de comportamento e se ausentam das redes sociais.
A família entra em desespero, pois a polícia não consegue localizar um johatsusha. Por isso, há muitos casos em que os pais contratam detetive particular, mas nem sempre obtêm resultado, pois costumam não deixar pistas.
Vivem uma vida nova, completamente diferente. Na morte, as famílias sequer poderão velá-los e dar o último adeus.
Esse é um lado sombrio da sociedade japonesa.
Fontes: NPA, Japan Pi e Courier







