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Criança brasileira esteve envolvida em grupo de suicídio coletivo e de ressuscitação, em nome da aventura, no Japão. Um alerta para as famílias no Japão.
Com o intuito de alertar a comunidade brasileira, a tia de uma criança revelou detalhes da ação de um grupo de suicídio coletivo, estudantes de uma escola japonesa. Os nomes usados na matéria são fictícios para preservar a identidade das duas pessoas, a pedido da entrevistada, residente na região Tokai.
Recentemente, em junho, a brasileira Tânia, tia da Maira, 13 anos, percebeu que a sobrinha estava estranha. “Ela é uma menina alegre e ativa. Mas, nessa noite, percebi que ela estava com uma fisionomia diferente, enquanto fazia sua suposta tarefa escolar”, conta. Ela prossegue dizendo que a sobrinha tinha acabado de voltar do parque onde teria ido brincar com os colegas da escola japonesa. Nascida e criada no Japão, Maira pouco fala o idioma pátrio e seu comportamento é típico de uma adolescente japonesa.
Intrigada com o comportamento da sobrinha, perguntou o que tanto escrevia no caderno. “Maira, transparente, acabou me contando que estava revendo as regras do grupo e o que ela precisava fazer. Contou que foi ao parque junto com seus colegas para o treino”, prossegue.
Para susto de Tânia, o suposto treino era para que os jovens “pudessem preparar o corpo, em boa forma, a fim de atravessar o ‘portal’ – algo como um desafio”, relatou a sobrinha. Lá eles teriam corrido e praticado flexão com a intenção de atravessar o ‘portal’ mais rápido, de forma mais eficiente.
Enquanto ouvia a sobrinha relatando como seria atravessar o tal portal, ela ouviu o inesperado. “O portal tem que ser atravessado rápido, aí você morre e volta em 1 hora. O master (como é chamado o líder do grupo) contou que ele já fez isso 3 vezes”, revelou a sobrinha.
Segundo a tia, o grupo chama-se Mundo Paralelo (パラレルワールド) e no próximo encontro, o qual seria numa montanha, os 8 integrantes iriam fazer a travessia do tal portal. “Ou seja, iriam morrer para a ressuscitação em 1 hora”, revela.
Depois de dialogar com sua sobrinha, Maira a alertou de que esse era um grupo de suicídio. A tia, carinhosamente, explicou que iria para a escola no dia seguinte, conversar com a diretoria. Durante o diálogo, a sobrinha teria caído em prantos, como se estivesse acordando para a realidade. “Eu só pensava que seria uma aventura”, teria explicado Maira. “Ela chorou muito e pediu desculpas por ter participado desse grupo. Contou que alguma dizia para ela que não era para desistir disso, mas que estava entendendo que todos poderiam morrer”, relata a tia.
No dia seguinte, na escola, Tânia disse ter ficado horrorizada com a primeira reação dos professores. “Eles deram risada dizendo que isso é porque as crianças veem anime demais”, conta indignada.
Na sequência, eles mudaram de atitude porque ela disse que a sobrinha não ficará mais nessa escola, entregando o material dela e mostrando as anotações feitas pela sobrinha, no seu caderno. Inclusive, levou as escritas com os nomes dos demais 7 colegas. “Aí ficaram assustados porque viram que não estava brincando e que a atitude desses estudantes também não era uma simples brincadeira. Decidiram analisar o caso”, relata.
Depois da onda da Baleia Azul que provocou muitas vítimas de automutilação no mundo e no Brasil, a nova onda parece ser a Borda Pele. Esse também é um game de automutilação. Os jovens, através da grande rede internet são estimulados a bordar a pele, incluindo costurar boca ou pálpebras, como no anime Tokyo Ghoul.
Tânia conta que ela nunca tinha ouvido falar desse tipo de desafio em escola japonesa, o qual estimula o suicídio coletivo. Ela soube do game Baleia Azul e achou esse tão grave quanto pois vai muito além da automutilação, o qual atingiu a sobrinha, que aparentemente não tem problemas emocionais. Apenas queria uma aventura, acreditando que de fato poderia retornar à vida 1 hora depois de atravessar o tal portal. No entanto, atrás da personalidade alegre e ativa da sobrinha, a sombra do desajuste familiar parece ter afetado momentaneamente o comportamento da menina.
Importante
A tia desta jovem brasileira alerta os pais e responsáveis pelas crianças para que fiquem atentos ao menor sinal de que algo está errado com elas. A sobrinha já está bem, depois de 2 dias do ocorrido, voltando ao normal na sua costumeira alegria de viver.
Fotos: Pixabay/cedida