Escolas têm dificuldades em fornecer refeições ao crescente número de alunos que têm alergia a certos tipos de alimentos (Wikimedia)
No dia 25 de abril, o Escritório de Educação Metropolitano de Tóquio divulgou um relatório o qual destaca as dificuldades que enfrenta em fornecer refeições nas escolas ao crescente número de estudantes que sofrem alergia alimentar.
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Uma coleção de estudo de casos analisou exemplos de incidentes associados a alergias alimentares e fez recomendações de como ela pode ser evitada no futuro. O relatório é a resposta de Tóquio ao pedido do Ministério da Educação do Japão em 2015.
O erro humano provou ser o maior problema. Em vários casos as crianças receberam a alimentação errada quando seus professores saíram da sala ou ficaram distraídos. Em um incidente grave, um aluno que consome refeição preparada em casa sofreu choque anafilático (reação alérgica aguda e grave, que começa subitamente e pode ser fatal). Os pais do aluno enviaram por engano em seu lanche pão contendo leite.
Até mesmo os nutricionistas que trabalham nas cozinhas das escolas têm dificuldades em identificar todos os alérgenos nos ingredientes utilizados nas refeições. O relatório inclui o exemplo de pequenos camarões misturados às algas marinhas.
Os professores também presenciaram alunos sofrendo reações alérgicas pela primeira vez ao consumir alimentos como kiwi. Em alguns casos, um certo tipo de alimento havia sido consumido anteriormente sem problema algum. Já em outros, os alunos nunca tinham comido o alimento em casa.
Aumento nos casos de estudantes que têm alergia a alimentos
Números do Ministério da Educação mostram um aumento recente nos casos de estudantes que têm alergia a alimentos. Em Tóquio no ano de 2015, uma aluna do ensino fundamental morreu por anafilaxia após comer a refeição servida na escola. O caso motivou a pesquisa do ministério.
No total, foi relatado que 454.000 estudantes de escolas públicas tinham alergia a algum tipo de alimento, um aumento de 37.8% em comparação aos dados de 2004. Ainda, 0.5% dos estudantes tinham um histórico de anafilaxia, um número 3.6% maior em comparação a 2004.
Salas especiais para preparar refeições voltadas aos alérgicos
O problema é tão grande que salas especiais para preparar refeições voltadas aos alérgicos se tornaram comuns nas cozinhas das escolas. Por exemplo, a cidade de Fujimino (Saitama) abriu uma instalação renovada no ano passado com um local para preparar refeições que não podem conter ovos ou leite.
Atualmente no Japão, os pedidos para a introdução de salas especiais para preparar tais refeições precisam ser acompanhadas pela anotação anual de um médico. Entretanto, nem todo o diagnóstico é feito por um especialista que faz uso de testes de sangue ou de outro tipo. Alguns médicos diagnosticam alergias alimentares após um pequena entrevista com os estudantes.
Fonte: Japan Times
Imagem: Wikimedia