O IgNobel premia as descobertas científicas mais estranhas, todo ano, no outono, em Harvard, desde 1991. As descobertas fazem as pessoas do Planeta rirem. Foi criado pela revista de humor científico Annals of Improbable Research (Anais da Pesquisa Improvável). Este ano foi realizada na quinta-feira (14) e premiou cientistas japoneses, em pesquisa conjunta com colegas brasileiro e suíço, na categoria Biologia.
Os pesquisadores premiados foram Kazutoku Yoshizawa, 46, da Universidade de Hokkaido, Yoshitaka Uemura, 40, da Universidade Keio, Rodrigo Ferreira, da Universidade de Lavras e mais um suíço.
O objeto de estudo dos pesquisadores foi um inseto cavernícola, no Brasil. A fêmea dessa espécie encontrada na caverna possui um órgão parecido com um pênis. A pesquisa foi bem avaliada pelo júri, pois faz as pessoas questionarem sobre a feminilidade e a masculinidade.
Reversão de sexos
Esse inseto tem 3mm e foi catalogado como novo, em 2010. Os pesquisadores tiveram que observar o longo acasalamento deles. Levam cerca de 40 a 70 horas. Insetos capturados foram observados pelos pesquisadores para elucidar a biomecânica do ato sexual.
Eles constataram “reversão” sexual. Trocando em miúdos, a fêmea tem pênis e o macho tem cavidade.
Quanto ao motivo da “reversão”, os pesquisadores explicam que é o macho que fornece nutrientes à fêmea juntamente com os espermatozoides durante o acasalamento. No entanto, no caso desse inseto em particular, para obter essa nutrição, a fêmea teve que evoluir para avançar no controle do acasalamento.
O pesquisador Yoshikawa batizou esse inseto de トリカヘチャタテ em japonês (pronuncia-se torikahechatate). Ele faz parte da família Psocoptera e já foram encontradas mais de 5 mil espécies diferentes em todo o mundo. Mas, nas cavernas brasileiras foram encontradas somente 4 espécies com reversão sexual. Segundo Yoshikawa, nos seres vivos pode-se encontrar reversão sexual, como em alguns peixes. Porém, no mundo dos insetos foi a primeira descoberta.
Fonte e fotos: Asahi