O presidente americano Donald Trump atacou verbalmente o recente teste nuclear da Coreia do Norte, declarando as ações da nação como “hostis e perigosas” aos EUA e deixando aberta a possibilidade de uma resposta militar contra Pyongyang, divulgou a reportagem do Financial Times.
No domingo (3), a Coreia do Norte disse que testou com “perfeito sucesso” uma bomba de hidrogênio capaz de ser montada em um míssil balístico. O teste, cuja estimativa de potência foi 10 vezes maior que as detonações anteriores, desencadeou um terremoto de magnitude 6.3.
Após uma reunião com o presidente Trump no domingo, o secretário de defesa, James Mattis, apareceu no lado de fora da Casa Branca para alertar a Coreia do Norte que qualquer ameaça aos EUA ou seus aliados iria de encontro com uma “massiva resposta militar”.
O ato da Coreia do Norte provocou forte reação dos presidentes chinês e russo no domingo, que estavam discutindo nos bastidores de uma cúpula do Brics na China. Xi Jiping e Vladimir Putin concordaram em “lidar de forma apropriada” com o recente teste nuclear.
Na Europa, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que as provocações da Coreia do Norte tinham “atingido uma nova dimensão”.
O teste nuclear conduzido pelo líder norte-coreano Kim Jong-un é a mais recente demonstração de provocação à comunidade internacional, principalmente aos EUA, em meio às elevadas tensões de que Pyongyang está cada vez mais perto de ser capaz de atingir o país com um míssil balístico intercontinental.
No mês passado, Trump alertou sobre “fogo e fúria” se Pyongyang continuasse a ameaçar os EUA após o Norte ter testado um míssil balístico de longo alcance em julho. Quando questionado por um repórter no domingo se os Estados Unidos atacariam a Coreia do Norte, Trump disse: “Veremos”.
Steven Mnuchin, secretário do Tesouro, disse que os EUA continuariam aplicando pressão econômica ao colocar junto um pacote de novas sanções que cortariam potencialmente todo o comércio global com Pyongyang.
A China tem a opção de cortar o fornecimento de petróleo à Coreia do Norte, mas vem evitando a ação por temores de que isso desencadearia uma crise de refugiados.
A Coreia do Sul condenou o teste de domingo e colocou sua equipe de crise nuclear em operação, enquanto Japão e a China disseram que estavam monitorando os níveis de radiação.
Recentemente, os EUA começaram a impor sanções sobre empresas chinesas ligadas ao programa de armas nucleares norte-coreano. Contudo, alguns especialistas duvidam que a China colocaria pressão suficiente sobre o Norte por causa das preocupações de Pequim em relação ao colapso do regime em sua fronteira.
Fonte: Financial Times Imagem: ANN