Um dos grandes problemas enfrentados por pessoas que têm identidade de gênero diferente do sexo atribuído é a roupa íntima.
Com corpo de homem mas coração de mulher, encontra grande dificuldade para uso do sutiã, por exemplo. Uma entrevistada da NHK disse “a estrutura óssea é masculina, por isso, estou com machucados provocados pelos aros pois os tamanhos femininos não me servem”.
O contrário também é outro drama. Corpo de mulher com coração de homem, querendo esconder os seios ou a dificuldade quando tem que usar absorvente higiênico durante o período menstrual.
Tudo começou com uma pesquisa sobre a roupa íntima, conduzida por uma entidade chamada LGB.T de Osaka. “Assim como eu, pensei que tivesse muitas pessoas com o mesmo drama. Dito e feito. Recebi respostas como ‘tenho vontade de morrer’ por causa disso”, conta a presidente da entidade, Keith Asakura.
Foi quando se deu conta que o problema é muito mais sério do que imaginava.
Roupa íntima especial
Estima-se que no Japão a população de transgêneros seja de 2 milhões de pessoas.
Um tradicional indústria de Hikone (Shiga) – Bisei K.K. – deu ouvidos. Ao longo de um ano se empenhou no projeto de desenvolvimento junto com a LGB.T, formando uma parceria.
Uma colaboradora, Aoi Yamazaki, participou do dia da apresentação da linha inédita de roupas íntimas. Experimentou a calcinha que esconde a protuberância. “Não aparece”, exclamou. Ela revela que não vai mais precisar usar adesivos para esconder.
“Era um trauma físico e psicológico. Essa peça de lingerie me liberta, posso ser eu mesma”, comemorou.
Liberdade física e psicológica
Por outro lado, camisete que esconde os seios ou um novo tipo de cueca que acomoda o absorvente higiênico, ao lado do sutiã e calcinha especial prometem agradar o público transgênero.
O psiquiatra Katsuki Harima, que tem muitos pacientes transgêneros confirmou que um dos dramas é a roupa íntima.
Acredita que o desenvolvimento de uma linha especial poderá ser muito útil sob o ponto de vista da medicina, inclusive.
Afinal, nem todos têm recursos financeiros para cirurgias ou não as fazem pelo temor de danos no corpo. Por isso, essas novas roupas íntimas podem ajudá-los, pontuou.
A matéria da NHK veiculada na segunda-feira (10) não informou se a linha de roupa íntima já se encontra à venda.
Fonte: NHK