O suicídio se tornou a principal causa de mortes entre jovens com idade entre 10 a 14 anos pela primeira vez no período pós-guerra, soube o jornal Kyodo, após analisar dados demográficos do governo.
Enquanto o número total de pessoas que cometeu suicídio em todo o país diminuiu de forma notável nos últimos anos, as estatísticas de 2017 divulgadas pelo ministério da saúde mostraram que mais de 100 crianças no grupo etário tiraram suas próprias vidas, contando por cerca de 22,9% das mortes na geração deles.
O câncer foi a segunda maior causa no grupo etário, a 22,7%, seguido por acidentes, a 11,7%.
O número total de suicídios atingiu o pico em 2003, com mais de 32 mil pessoas antes de começar a diminuir e cair para 20.465 em 2017. No entanto, o número de suicídios a cada 100 mil pessoas no grupo etário de 10 a 19 anos continuou inalterado.
Dentre aqueles com idades entre 15 e 39 anos, enquanto isso, o suicídio vem sendo a principal causa de mortes desde 2012, compreendendo cerca da metade daqueles na faixa etária dos 20.
Os fatores individuais que estimularam crianças de 10 a 14 anos a tirarem suas próprias vidas não foram esclarecidos suficientemente, de acordo com o livro branco do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar sobre prevenção de suicídio e outros documentos.
Muitos daqueles que cometeram suicídio não haviam tentado se matar anteriormente, dificultando para que pessoas a volta deles reconhecessem sinais, disse o documento.
Uma tendência recente no Japão em que suicídios cometidos por crianças aumentam logo após temporadas de feriados, como na primavera e verão, se tornou um problema social.
Junko Sakanaka, orientadora escolar e membro de um painel do governo com a tarefa de prevenir o suicídio, denomina isso uma “situação grave”, que o suicídio seja a causa principal de mortes entre jovens com idades entre 10 e 14 anos.
Para prevenir que crianças tirem suas próprias vidas, precisamos compreender com mais detalhes as condições atuais. Agora nós adultos estamos sendo questionados sobre o quão longe podemos captar sinais de angústia que são difíceis de perceber”, disse ela.
Fonte: Kyodo