Fukushima Daichi Nuclear Power Station em 2007 (Wikimedia/IAEA Imagebank)
Oito anos após o pior desastre nuclear do Japão, o governo não sabe o que fazer com a água contaminada que resta. Entretanto, o ministro do meio ambiente diz que despejá-la no oceano pode ser a única opção.
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Para resfriar núcleos de combustível da danificada planta nuclear de Fukushima, a operadora Tokyo Electric bombeou dezenas de milhares de toneladas de águas ao longo dos anos, de acordo com a NHK. Uma vez usada e contaminada, a água é colocada em armazenamento.
Agora, o espaço para armazenamento está se esgotando. E durante uma coletiva de imprensa realizada na terça-feira (9), o ministro do meio ambiente Yoshiaki Harada disse que acredita que a única solução era “liberá-la no oceano e diluí-la”.
“Não há outras opções”, disse ele.
Entretanto, em uma reunião separada realizada no mesmo dia, o secretário-chefe do gabinete Yoshihide Suga enfatizou que o governo ainda não estabeleceu um curso da ação.
“Não há fato de que o método de despejo de água contaminada foi decidido. O governo gostaria de tomar uma decisão após realizar discussões detalhadas”, disse ele.
O terremoto de 11 de março de 2011 que causou o desastre foi o pior a atingir o Japão. Três reatores na planta nuclear de Fukushima Daiichi derreteram, liberando materiais radioativos no ar e mais de 100.000 pessoas foram evacuadas da área.
No ano passado, o Japão reconheceu a primeira morte associada com a exposição à radiação durante o trabalho de limpeza em Fukushima.
Preocupações dos vizinhos
A vizinha Coreia do Sul já havia manifestado preocupações de que o Japão poderia recorrer ao despejo.
Em agosto, a ministra para assuntos ambientais do governo da Coreia Do Sul, Kwon Se-jung, se encontrou com Tomofumi Nishinaga, chefe de assuntos econômicos na embaixada do Japão em Seul, para discutir qualquer plano em potencial para liberar água residual no oceano.
“O governo sul-coreano está bem ciente do impacto do tratamento da água contaminada da planta nuclear de Fukushima sobre a saúde e segurança da população de ambos os países, e da nação inteira”, disse um comunicado de imprensa do ministério sul-coreano.
Kwon sugeriu que os dois países trabalhassem juntos a fim de encontrar maneiras para garantir que o tratamento de água contaminada não afete a saúde do oceano – ou a saúde e segurança dos vizinhos do Japão.
Fonte: CNN