Autoridades da vida selvagem disseram nesta quarta-feira (30) que centenas de coalas podem ter morrido ou sofrido ferimentos em um incêndio severo que queima a costa leste da Austrália.
O incêndio florestal fora de controle começou no sábado (26) em Port Macquaire, a cerca de 400Km ao norte de Sydney, e queimou 2.200 hectares de área florestal que inclui regiões significantes de reprodução de coalas.
“É uma área conhecida de reprodução de coalas e sabemos por nossa pesquisa que provavelmente há centenas de coalas lá”, disse Sue Ashton, presidente do Hospital de Coalas de Port Macquaire, por telefone.
“A população lá é muito especial porque eles são geneticamente diversos e muito adaptáveis. Eles têm boas linhas de sangue e é por isso que é uma preocupação para nós”.
“Em um incêndio florestal os coalas sobem o mais alto que podem e se enrolam como uma pequena bola, então se algum vestígio de fogo passa por eles geralmente vão apenas chamuscar seus pelos e se isso acontece eles estão Ok”, disse ela.
“Mas se eles se queimarem, as queimaduras ficam muito severas”.
Ashton disse que o maior temor da equipe do hospital é que os coalas sobreviventes podem queimar suas patas e garras quando tentarem subir troncos de árvores chamuscadas ou ainda queimando.
“Se suas patas e garras sofrerem danos graves eles não podem subir mais, então os coalas enfrentarão problemas”, disse ela, enfatizando que os animais feridos não deveriam ser colocados de volta na natureza.
Na quarta-feira o Serviço de Incêndios de Nova Gales do Sul disse que as condições do incêndio estão cessando e Ashton está esperançosa que membros de equipes de resgate treinados serão capazes de trazer os coalas ao hospital a partir de quinta-feira ou sexta-feira.
“Basicamente todos os coalas que os membros da equipe de resgate conseguirem encontrar serão trazidos ao hospital porque mesmo se eles sobrevivessem ao incêndio, não há comida para eles lá agora”, disse Ashton, cujo hospital pode abrigar até 40 coalas.
O coala é um dos animais mais icônicos da Austrália. Entretanto, a mudança climática, expansão urbana, limpeza de terrenos e clamídia, que é sexualmente transmissível, representam ameaças à população de coalas, a qual estudos estimam entre 80.000 a 330.000.
Fonte: Mainichi