Uma roupa de mergulho “à prova de tubarões” feita de um material leve recém-desenvolvido poderia ajudar a salvar vidas ao reduzir a perda de sangue e outros ferimentos causados por mordidas de tubarões, dizem pesquisadores que escreveram na Plos One.
A probabilidade de ser mordido por um tubarão é incrivelmente baixa e as chances de morrer em decorrência de ataques do animal é ainda menor – de acordo com o International Shark File, a probabilidade de morrer atingido por um raio é 47 vezes maior do que perder a vida por causa de uma mordida de tubarão.
Entretanto, os número estão aumentando.
Na Austrália, por exemplo, a incidência anual de mordidas de tubarão aumentou de 1 para 3 nos anos 1980 para mais de 10 nos anos 2010. No mundo, a proporção global de óbitos aumentou de 6 em 1982 para 14 em 2011.
Surfistas, praticantes de snorkeling e mergulho são os que correm mais risco, e foram as vítimas de 16, 33 e 35 por cento das mordidas de tubarão na Austrália entre 1982 e 2011. Na África do Sul e Ilha da Reunião, surfistas contaram por uma porcentagem ainda maior de vítimas de ataque de tubarão – 54 e 86 por cento, respectivamente.
Alguns sugerem que isso poderia ser causado por tubarões confundindo os surfistas com presas. Também é provável que o tempo maior que os surfistas passam na água – principalmente o tempo gasto logo pela manhã e tarde da noite – e a localização de pontos de surfe contribuam para essas casualidades.
Os problemas com as roupas de mergulho à prova de tubarões no momento são o volume e peso. Vestimentas de cota de malha criadas nos anos 1980 tem pouco uso prático com exceção quando são vestidas para alimentar tubarões. Entretanto, inovações na tecnologia permitem tecidos mais leves e resistentes que poderiam provar serem mais úteis.
Pesquisadores da Universidade Flinders, na Austrália, testaram nove variantes de dois tecidos que misturam polietileno de ultra-alto peso molecular (UHMWPE) – material que cuja descrição foi de ser 10 vezes mais forte do que o aço e 1.5 vez mais que o Kevlar – com neopreno, uma borracha sintética usada para fabricar roupas de mergulho.
Os pesquisadores testaram o material ao furá-lo e lacerá-lo no laboratório usando modelos em 3D, assim como experimentos em campo com tubarões-brancos de verdade e manequins de madeira.
Os tubarões- brancos foram escolhidos como sujeitos do teste já que eles contam por 41 por cento das mordidas não provocadas e 34 por cento de fatalidades relacionadas ao animal na Austrália – mais do que qualquer outra espécie.
Entretanto, enquanto o tecido faça um bom trabalho em reduzir a perda de sangue, pesquisadores dizem que mais estudo é necessário para ver o quão protetor é o material contra danos as tecidos humanos e outros ferimentos.
O gráfico abaixo (de junho de 2019) da Statista, mostra o número de ataques de tubarão que foram confirmados desde 1580.
Fonte: Newsweek