O período de incubação do novo coronavírus que atualmente está assolando a China pode ser de até 24 dias, revelou um novo estudo.
Atualmente, cientistas acreditam que o novo coronavírus, o 2019-nCoV, tem um período de incubação – o tempo entre quando ele entra no corpo e o último ponto em que ele causa os sintomas – de cerca de 14 dias.
E qualquer pessoa com suspeita de estar infectada com o vírus mortal é colocada em quarentena por duas semanas, na China e em outros países.
Especialistas da Organização Mundial da Saúde – OMS sugerem que o período de incubação poderia refletir uma exposição dupla em um paciente. A organização disse que não estava considerando alterar o período recomendado de quarentena de duas semanas.
O número de pessoas que morreram vítimas do novo vírus chega a 1.000 e cerca de 40.640 infectadas globalmente.
As pessoas podem se infectar ao ficarem expostas à saliva que contém o vírus ou tocar superfícies contaminadas.
Oficiais em Pequim anteriormente afirmaram que a doença poderia ser contagiosa mesmo antes dos sintomas aparecerem.
A nova revelação emergiu em um estudo publicado na segunda-feira (10) por um grupo de pesquisadores chineses na medRxiv, um site preprint* para jornais médicos científicos.
O estudo foi escrito por 37 especialistas, incluindo o Dr. Zhong Nanshan, que é o chefe de uma equipe de especialistas médicos apontados pela Comissão Nacional da Saúde da China para lidar com o novo coronavírus.
A equipe coletou dados de 1.099 pacientes confirmados com o coronavírus em 552 hospitais em 31 províncias chinesas e municípios.
Análises descobriram que o período médio de incubação era de 3 dias – mais curto do que os 5.2 sugeridos em um relatório anterior – mas a variação do período de incubação de um paciente poderia se estender de 0 a 24 dias.
Entretanto, acredita-se que pouquíssimas pessoas doentes tenham apresentado sintomas após mais de 3 semanas porque o número médio está bem mais próximo do nível mais baixo.
O Dr. Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS afirmou que pacientes com longos períodos de incubação muito frequentemente poderiam ser pontos fora da curva, ou casos atípicos.
O novo estudo foi financidado por quatro autoridades chinesas: o Ministério da Ciência e Tecnologia, a Comissão Nacional de Saúde, a Fundação Nacional de Ciência Natural e o Departamento de Ciência de Tecnologia da Província de Guangdong.
O estudo não foi avaliado por outros cientistas e suas descobertas não deveriam ser usadas para guiar prática clinica, de acordo com o site.
Os autores também disseram que eles não poderiam descartar a presença de “superpropagadores”.
O prefeito de Wuhan, Zhou Xianwang, admitiu no mês passado que 14 médicos na cidade haviam contraído o vírus de um paciente porque o hospital havia negligenciado os sintomas do doente.
O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que há sinais preliminares de que o vírus está se estabilizando, mas afirma que pode haver mais infecções no exterior em pessoas que nunca viajaram para a China.
*Um preprint é um projeto de um artigo científico que não foi ainda publicado em um periódico científico com revisão por pares.
Fonte: Mail Online