O primeiro-ministro Shinzo Abe pediu na terça-feira (10) que grandes eventos esportivos e culturais no Japão fossem cancelados ou adiados por mais 10 dias, visto que o governo precisa de mais tempo para avaliar a eficácia de suas medidas para conter o novo coronavírus.
“Estamos em um momento extremamente importante para evitar qualquer propagação rápida de infecções domésticas”, disse Abe em uma reunião de uma força tarefa do governo sobre resposta ao novo coronavírus. “Por cerca de 10 dias até o painel de especialistas fizer sua nova avaliação, gostaria de pedir a cooperação (de organizadores)”.
O pedido ocorre um dia após um painel de especialista na área médica do governo ter dito que o Japão até agora diminuiu um aumento nas infecções domésticas, mas ainda é muito cedo para reduzir a vigilância.
Abe fez seu pedido inicial em 26 de fevereiro, citando que a opinião do painel de “uma semana ou duas” será importante para reduzir as infecções domésticas. Ele pediu a organizadores que cancelem, adiem ou reduzam a escala de grandes eventos esportivos e de entretenimento em meio a temores de transmissões em grupo.
Embora o pedido não seja vinculativamente obrigatório, ele levou a uma série de cancelamentos e adiamentos, aumentando as preocupações de que a atividade desacelerada afetará a economia japonesa já na beira da recessão.
Eventos esportivos adiados e parques fechados
A temporada de beisebol profissional do Japão que a princípio começaria em 20 de março foi adiada, e o futebol profissional J-League está suspendendo partidas até pelo menos 3 de abril. O Grande Torneio de Sumô de Primavera foi realizado sem espectadores.
Locais populares como o Tokyo Disneyland e Tokyo Skytree também foram temporariamente fechados.
Declaração de estado de emergência
O governo está buscando a aprovação até a sexta-feira (13) de uma lei que permitiria a Abe declarar estado de emergência se necessário. Se a declaração for feita, governadores provinciais podem instruir organizadores de eventos a cancelarem ou adiarem eventos.
O número de infecções no país chegou a 500, levando o total para mais de 1,2 mil com cerca de 700 do navio de cruzeiro Diamond Princess que foi colocado sob quarentena em Yokohama (Kanagawa) em fevereiro.
O governo disse que há pequenos grupos de infecções, ou clusters, no país, e evitar sua expansão é importante.
Na reunião da força tarefa do governo, Abe disse que o Japão endurecerá suas medidas de controle de fronteiras.
Com início na quarta-feira (11), o Japão recusará a entrada de pessoas que estiveram em 5 províncias na Itália afetadas pelo coronavírus, incluindo a região de Lombardia, onde fica Milão, e 8 províncias no Irã, nos últimos de 14 dias da chegada ao Japão. A proibição também cobre San Marino.
Fonte: Kyodo