Mulher com máscara (Pixinio)
A disseminação do novo coronavírus já afetou seriamente a economia japonesa. Dois meses depois que começou a infecção no país começaram a surgir pedidos de falência.
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Nobuo Tomoda, diretor de uma empresa de pesquisas, a Tokyo Shoko, disse:
“Diferentemente do Lehman Shock, que começou com falências de grandes empresas, a ‘Crise do Corona’ é caracterizada pelo fato das falências terem se espalhado entre as PMEs-pequenas e médias empresas”.
Primeira e segunda ondas de falências
A partir da segunda quinzena de janeiro começou a afetar o turismo receptivo. Por isso as agências de viagens, empresas de ônibus, pousadas e hotéis, lojas de souvenirs, restaurantes e empresas de aluguel de quimonos e carros.
A segunda onda começou em meados de fevereiro quando o consumo diminuiu à medida que o povo japonês se absteve de sair de casa. Isso está afetando negócios de varejo, entre eles restaurantes, bares e empresas relacionadas a eventos, que não ligadas ao turismo, explicou.
Construção civil também será afetada
Em particular, nuvens escuras pairam sobre os setores de manufatura e construção.
“Indústrias de manufatura, como de automóveis e equipamentos, costumam produzir com grande parte de peças vindas da China. Com isso as fábricas terceirizadas paralisam e sem capital de giro é possível que ocorram falências”, aponta Tomoda.
Explica que até o momento ainda há estoque, mas quando esse se acabar o problema se tornará aparente. O mesmo poderá ocorrer com o setor da construção civil.
“Muitas estruturas como cozinhas, toaletes e banheiros, são produzidas na China. Mesmo tendo estoque por alguns meses, mas não se sabe até quando durará isso.
Os hotéis que estão sendo construídos em antecipação à Tokyo 2020 poderão não ficar prontos a tempo e os condomínios poderão não ser entregues no tempo previsto. Como resultado, as empresas de hotelaria e de vendas de apartamentos também serão afetadas.
…o impacto do Covid-19 deverá exceder 10 mil casos
No ano passado, juntamente com o aumento do imposto sobre o consumo e com os desastres naturais, muitas empresas estavam com seus lucros deteriorados. Essa crise causada pelo novo coronavírus afeta as PMEs com baixo capital de giro.
“O número de falências diminuiu a cada ano desde o Lehman Shock em 2008, mas no ano passado houve aumento pela primeira vez em 11 anos, chegando a 8.383 casos. Prevemos que este ano o impacto do Covid-19 deverá exceder 10 mil casos”, analisa.
Caso essas falências de PMEs ocorram as grandes empresas apoiadas por elas também sofrerão impacto negativo.
“Não será estranho se esse efeito atingir as indústrias de componentes eletrônicos e equipamentos de precisão nas quais o Japão é bom”, analisa Tomoda.
Fonte: Money Post