Segundo a OMS-Organização Mundial da Saúde os casos relatados de reinfecção pelo novo coronavírus são na verdade falsos testados positivos.
“O que estamos vendo em algumas pessoas é que, depois de ter dado positivo para Covid-19, passada uma semana ou duas, ou até mesmo mais tempo, elas testam positivo de novo”, explica à BBC a médica Maria Van Kerkhove, epidemiologista da OMS. “O que acontece na verdade é que, enquanto os pulmões se curam, algumas células mortas do pulmão são expulsas. São esses fragmentos de pulmão que levam ao teste positivo.”
No Japão, o jornal Mainichi realizou uma pesquisa em todas as províncias, até segunda-feira (11), e constatou que 37 pessoas, de ambos os sexos, na faixa etária dos 20 aos 90 anos, em 17 províncias, foram reinfectadas.
37 casos em 17 províncias
Até essa data foram 9 em Hokkaido, 7 em Osaka, 5 em Aichi, 2 em Hyogo e 2 em Shiga, 1 em outras 12 províncias como Nagano e Fukuoka.
Todas elas testaram negativo por duas vezes consecutivas depois que tiveram alta hospitalar, por terem se recuperado. Mas, depois 34 apresentaram sintomas característicos da infecção como febre, falta de paladar, mal-estar e outros. Submeteram-se ao PCR e testaram positivo novamente. Somente 3 delas eram assintomáticas.
Uma estudante na faixa dos 20 anos, de Kumamoto, testou positivo e foi internada em 3 de abril, assintomática. Seis dias depois teve alta. No entanto, apresentou os sintomas novamente no dia 17 e em 26 testou positivo, assim como uma outra pessoa de sua família, na faixa dos 50.
Essa estudante afirmou que mesmo depois de ter tido alta não saiu de casa. O que intriga as equipes médicas é o fato de ter criado anticorpo mas voltar a se infectar.
Reinfecção ou falso positivo
Casos como esses do Japão ocorrem em outros países, como China e Coreia do Sul. Por isso, há um avanço nas pesquisas. O professor de pós-graduação da Universidade Ritsumeikan, Tatsuya Mima, da Faculdade de Pós-Graduação em Ciências Avançadas, explica.
“Em pesquisas no exterior, há também vozes que apontam falsos positivos onde foram detectados fragmentos de vírus mortos. Há uma possibilidade de erros de teste, recorrência e reinfecção, mas ainda não pode ser elucidada, a menos que seja realizada uma pesquisa a longo prazo”, disse.
Fontes: Mainichi e BBC