O número de mortes em decorrência do coronavírus na América Latina deve disparar para 388.300 até outubro, com o Brasil e México registrando por dois terços dos óbitos enquanto outras nações na região contêm seus surtos, disseram pesquisadores na quarta-feira (24).
A região emergiu como um novo foco global para a pandemia que se espalha rapidamente, enquanto mortes ultrapassaram 100 mil nesta semana e casos triplicaram de 690 mil há um mês para 2 milhões.
Altos níveis de pobreza e setores informais amplos – o que significa que muitos trabalhadores não podem sustentar quarentena – se combinam com aglomerações em cidades e cuidado de saúde inadequado, principalmente em comunidades rurais isoladas, para paralisar a luta da América Latina no combate à redução do contágio.
O Brasil deve exceder 166 mil nortes e o México 88 mil, de acordo com uma previsão do Instituto para Saúde Métrica e Avaliação (IHME) da Universidade de Washington.
Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala e Peru cada um prevê mais de 10 mil mortes, enquanto 15 nações incluindo Paraguai, Uruguai e Belize estão vendo menos de mil mortes cada.
“Vários países na América Latina estão enfrentando trajetórias explosivas, enquanto outros estão contendo as infecções de forma eficaz”, disse o diretor da IHME Christopher Murray.
Pesquisadores da IHME alertaram que as mortes poderiam aumentar ainda mais do que a previsão já preocupante se ordens para uso de máscara e distanciamento social forem relaxadas.
No caso de pior cenário, o número de mortes por Covid-19 poderiam subir para 340.476 pessoas no Brasil e 155.433 no México, de acordo com o relatório.
“O Brasil está em um momento crítico. A menos e até que o governo tome medidas sustentadas e reforçadas para reduzir a transmissão, a nação continuará sua trágica trajetória ascendente de infecções e mortes”, disse Murray.
A maior nação da América Latina registrou cerca de 1,2 milhão de casos e 53.830 mortes.
Fonte: Agência Reuters