Covid-19: mortes na América Latina devem chegar a cerca de 390 mil até outubro

A região emergiu como um novo foco global para a pandemia que se espalha rapidamente.

Pessoas de máscara caminham em rua do Rio de Janeiro, 16 de junho de 2020 (PM)

O número de mortes em decorrência do coronavírus na América Latina deve disparar para 388.300 até outubro, com o Brasil e México registrando por dois terços dos óbitos enquanto outras nações na região contêm seus surtos, disseram pesquisadores na quarta-feira (24).

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A região emergiu como um novo foco global para a pandemia que se espalha rapidamente, enquanto mortes ultrapassaram 100 mil nesta semana e casos triplicaram de 690 mil há um mês para 2 milhões.

Altos níveis de pobreza e setores informais amplos – o que significa que muitos trabalhadores não podem sustentar quarentena – se combinam com aglomerações em cidades e cuidado de saúde inadequado, principalmente em comunidades rurais isoladas, para paralisar a luta da América Latina no combate à redução do contágio.

O Brasil deve exceder 166 mil nortes e o México 88 mil, de acordo com uma previsão do Instituto para Saúde Métrica e Avaliação (IHME) da Universidade de Washington.

Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Guatemala e Peru cada um prevê mais de 10 mil mortes, enquanto 15 nações incluindo Paraguai, Uruguai e Belize estão vendo menos de mil mortes cada.

“Vários países na América Latina estão enfrentando trajetórias explosivas, enquanto outros estão contendo as infecções de forma eficaz”, disse o diretor da IHME Christopher Murray.

Pesquisadores da IHME alertaram que as mortes poderiam aumentar ainda mais do que a previsão já preocupante se ordens para uso de máscara e distanciamento social forem relaxadas.

No caso de pior cenário, o número de mortes por Covid-19 poderiam subir para 340.476 pessoas no Brasil e 155.433 no México, de acordo com o relatório.

“O Brasil está em um momento crítico. A menos e até que o governo tome medidas sustentadas e reforçadas para reduzir a transmissão, a nação continuará sua trágica trajetória ascendente de infecções e mortes”, disse Murray.

A maior nação da América Latina registrou cerca de 1,2 milhão de casos e 53.830 mortes.

Fonte: Agência Reuters

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FMI: queda no crescimento global é pior do que previsto

Publicado em 25 de junho de 2020, em Notícias do Mundo

Apesar das projeções ruins, o FMI disse que ainda vê o Japão sofrendo menos do que seus parceiros das nações do G7.

A pandemia está causando um “declínio sem precedentes na atividade global”, de acordo com o FMI (ilustrativa/PM)

O Fundo Monetário internacional – FMI reduziu suas previsões de crescimento da economia global para 2020, dizendo que a pandemia de coronavírus está causando uma recessão bem mais acentuada e uma recuperação mais lenta do que o inicialmente esperado.

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A organização disse na quarta-feira (24) que o PIB (Produto Interno Bruto) global encolherá em 4,9% neste ano, rebaixando sua estimativa de abril, quando a produção estava prevista para encolher em 3%.

Isso já deveria ser a queda mais profunda desde a Grande Depressão dos anos 1930.

A pandemia está causando um “declínio sem precedentes na atividade global”, de acordo com o FMI. A organização disse que o mercado de trabalho global tomou um golpe “catastrófico”, o movimento fora de casa se mantém reprimido, companhias reduziram investimentos e os gastos do consumidor diminuíram de forma significativa.

“A pandemia de Covid-19 teve um impacto mais negativo sobre atividades no primeiro semestre de 2020 do que o antecipado, e a recuperação está projetada para ser mais gradual do que o anteriormente previsto”, disse o FMI em seu relatório.

A perspectiva é um pouco mais otimista do que aquela fornecida pelo Banco Mundial e pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, as quais recentemente previram que o PIB global encolheria em 5,2% e 6%, respectivamente, antes de se recuperarem em 2021.

Contudo, o FMI alertou sobre um “grau de incerteza maior que o normal” em torno de sua previsão, a qual ele diz ter sido baseada em várias hipóteses, incluindo condições financeiras estáveis.

Embora toda região deva enfrentar recessão em 2020, haverá “diferenças substanciais por todas as economias individuais”, disse o FMI.

Previsão para a economia do Japão

O FMI na quarta-feira previu que a terceira maior economia do mundo encolherá 5,8% em 2020. Em abril, quando os danos do coronavírus eram menos claros, ele projetou uma contração de 5,2% para o Japão, um pouco menos do que em 2009.

O rebaixamento do Japão ocorreu em meio a uma onda de cortes a previsões de crescimento para principais países no globo.

Apesar das projeções em deterioração, o FMI disse que ainda vê o Japão sofrendo menos do que seus parceiros das nações do G7 (Grupo dos 7), cujas economias encolherão mais de 9% em média.

No Japão a administração do primeiro-ministro Shinzo Abe se esforçou para obter incentivo financeiro para residentes e empresas, mas o surto também foi menos severo do que nos EUA e em grande parte da Europa.

No fim do mês passado o governo conseguiu suspender um estado de emergência nacional e deu um passo a mais na semana passada ao cancelar restrições sobre viagens domésticas.

Fonte: CNN , Bloomberg

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