Uma mutação do coronavírus que é de longe mais infecciosa do que a original da cidade chinesa de Wuhan foi detectada na Malásia, disseram autoridades da saúde no domingo (16).
A mutação D614G foi descoberta pelo Instituto Malaio para Pesquisa Médica em 4 casos de 2 clusters de Covid-19 no país – o cluster de Sivagangga e o de Ulu Tram, disse o chefe da saúde Noor Hisham Abdullah em um post no Facebook no domingo.
De acordo com Hisham, a descoberta da mutação significa que as pessoas precisam ter mais cuidado e continuar sendo disciplinadas na prática de medidas de segurança como distanciamento social, higiene pessoal e uso de máscara.
“Descobriu-se que ela é 10 vezes mais infecciosa e se espalha facilmente por um indivíduo ‘superpropagador’ “, disse ele sobre a mutação.
Ele disse que a linhagem foi encontrada em resultados de testes preliminares e que testes seguintes seriam conduzidos em outros casos incluindo os indicadores de ocorrências de ambos os clusters.
Ele acrescentou que a mutação D614G foi descoberta por cientistas em julho de 2020, e poderia deixar pesquisas existentes de vacina incompletas ou ineficazes contra a nova cepa.
Contudo, ele citou que a ação rápida das autoridades de saúde pública da Malásia controlou a propagação do vírus a partir dos clusters afetados.
No sábado (15), a Malásia reportou 26 novos casos de coronavírus, levando o número total de infecções até agora para 9.175. Nenhuma nova morte foi reportada, mantendo-se a 125.
Especialistas discordam da afirmação de cepa mais infecciosa de coronavírus
Especialistas em Singapura dizem que não há base para a afirmação da Malásia de que ela encontrou uma cepa de coronavírus que é 10 vezes mais infecciosa.
Eles também dizem que essa cepa, a D614G, que já foi encontrada na nação, não terá impacto no desenvolvimento de vacina. A variante também foi encontrada nas Filipinas.
O professor Wang Linfa, diretor do programa de doenças infecciosas emergentes na Escola Médica Duke-NUS, disse ao jornal Strait Times que não há dados “reais científicos para tornar a afirmação de que a D614G é mais transmissível”.
O vice-diretor do programa, o professor Ooi Eng Eong disse que “essa mutação certamente não trará impacto na eficácia de vacina, visto que as preparações biológicas geram anticorpos que se vinculam a diferentes partes da proteína Spike (S protein) do vírus e não está limitada somente ao local de mutação”.
O professor associado Hsu Liyang, especialistas de doenças infecciosas e epidemiologista na Escola Pública de Saúde Saw Swee Hock, disse que essa mutação já vem circulando por aí desde fevereiro.
Fonte: Straits Times