O secretário-chefe do gabinete Yoshihide Suga, que está liderando uma corrida para se tornar o próximo primeiro-ministro do Japão, sugeriu na quinta-feira (10) que o imposto sobre consumo da nação precisa ser aumentado além dos atuais 10% no futuro, citando a rápida população em envelhecimento.
“Quando pensamos sobre o futuro, não temos escolha além de aumentar o imposto novamente, após realizar minuciosas medidas administrativas”, disse Suga em uma aparição na TV em Tóquio. “Não importa o quão intensamente tentemos, a população do Japão vai encolher”.
Essa é a primeira vez que Suga, assessor de longo tempo do primeiro-ministro Shinzo Abe, se referiu à possibilidade de um aumento do imposto sobre consumo desde o início da corrida pela liderança do dominante Partido Liberal Democrata (PLD). Ele manteve que o Japão deve primeiro estar no caminho de recuperação antes de melhorar sua folha de balanço.
Nesta sexta-feira (11), Suga apareceu para voltar atrás sobre seu comentário. “O primeiro-ministro Shinzo Abe disse que o Japão não precisa aumentar o imposto sobre consumo pelos próximos 10 anos”, disse ele em uma coletiva de imprensa regular. “Eu tenho a mesma ideia”.
Em relação à entrevista para a TV Tokyo, ele disse que sua resposta era sobre “um desenvolvimento futuro”.
O Japão está em situação fiscal difícil. Débitos nacionais e regionais de longo termo agora situam-se a ¥ 1,1 quadrilhão (US$10,4 trilhões), ou duas vezes o produto doméstico bruto.
O Banco do Japão está essencialmente compensando os déficits no orçamento governamental através da aquisição de elevados montantes de títulos públicos.
Observadores no Japão, contudo, não acham que sugerir um outro aumento do imposto sobre consumo é uma boa ideia, visto que a economia da nação vem sendo prejudicada pelo novo coronavírus.
Abe aumentou para 8% o imposto sobre consumo, que então era de 5%, em abril de 2014, e depois para 10% em outubro de 2019. Antes do último aumento, Abe disse em julho que uma elevação além de dez por cento “não será necessária pelos próximos 10 anos”.
Fonte: Asia Nikkei