A Administração Nacional de Rádio e Televisão do governo chinês proibiu a transmissão da BBC no país nesta sexta-feira (12). “As transmissões da BBC não cumprem os requisitos de que as reportagens devem ser verdadeiras, e minou os interesses nacionais da China e a solidariedade étnica”, comenta o órgão regulador.
A decisão foi tomada após as reportagens da BBC sobre os campos de reeducação de uigures, minoria étnica que habita a região autônoma de Xinjiang, durante a pandemia do coronavírus.
Em 3 de fevereiro, o Ministério de Relações Exteriores fez duras críticas à BBC, afirmando que os relatos de abusos sexuais e o acobertamento da origem do coronavírus abordados nas reportagens são falsas.
Há uma semana, os órgãos reguladores do Reino Unido retiraram a licença de transmissão da rede chinesa CGTN. Acredita-se que a proibição da BBC seja uma forma de retaliação às autoridades inglesas.
Em declaração feita para a CNN, a BBC diz estar “decepcionada com o governo chinês”. “Estamos decepcionados que as autoridades chinesas tomaram essa decisão. A BBC é a emissora de notícias internacionais mais confiável do mundo e relata histórias de forma justa e imparcial. Não escondemos os fatos por medo e nem tomamos partido”, relata.
O Ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, declarou que “não aceita a decisão chinesa de roubar a liberdade da imprensa”.
O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Ned Price, disse que “os EUA é totalmente contra a decisão chinesa de banir as transmissões internacionais da BBC”.
Fonte: NHK