Imagem ilustrativa de homem com depressão (Flickr)
O jornal Asahi publicou na segunda-feira (7) que a família enlutada, do então funcionário da montadora Toyota, na época com 28 anos, o qual cometeu suicídio pelo assédio do poder, desistiu de processá-la.
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O suicídio foi em 2017 e depois a causa da morte foi reconhecida como relacionada ao trabalho, pela inspetoria das normas do trabalho. A família enlutada estava buscando indenização por danos e prevenção da recorrência, mas reconsiderou a postura da Toyota em revisar o sistema de gestão de pessoal. Assim, o acordo não deu origem a um processo.
O acordo foi firmado em 7 de abril deste ano. Segundo a Toyota e com o advogado da família enlutada, de Osaka, a montadora admitiu ter violado as obrigações de consideração de segurança, como negligenciar a responsabilidade da supervisão de seu chefe. Assim, irá pagar um valor pelo acordo (não divulgado).
O CEO da Toyota, Akio Toyoda, se reuniu com a família enlutada em novembro de 2019 e em abril deste ano para o pedido de desculpas.
Avaliação da humanidade dos chefes
Segundo a Toyota, acelerou a implementação da medida de prevenção ao assédio do poder, mudando os critérios de avaliação dos chefes, dando ênfase na humanidade. Introduziu a avaliação chamada de Feedback de 360 Graus, onde o chefe é avaliado por dezenas de pessoas de dentro e de fora da empresa.
Os alvos são cerca de 10 mil gerentes, com análise da humanidade através de várias perspectivas. Se for julgado que não é adequado, não será atribuído o cargo. Este ano, a política é expandir o público-alvo para cerca de 20 mil, incluindo chefes de subdivisões.
Além disso, foi criado um balcão de consultoria independente que não pertence a nenhum departamento, para que seja fácil levantar a voz ao sofrer assédio do poder.
Também criou um sistema de consulta anônima a partir da rede interna de internet. Ao receber uma consulta inicia-se uma investigação detalhada. Foi criado um centro de atendimento com psiquiatras.
Funcionário era pós-graduado mas xingado pelo superior
O funcionário, vítima do assédio, ingressou na empresa em abril de 2015, após se formar na pós-graduação da Universidade de Tóquio. Em março do ano seguinte, foi designado para o departamento responsável pelo design de veículos na sede, em Toyota (Aichi).
O superior imediato o xingava dizendo “estúpido” ou “idiota”. Ainda teria dito repetidamente “se não consegue explicar isto deveria morrer”. Além disso, teria sido chamado pelo chefe, quando teria ouvido “por acaso não gravou o que disse, não é. Me dê seu smartphone”. Em julho desse ano, o funcionário pediu licença para se tratar.
Fonte: Asahi