Ilustrativa (banco de imagens)
Um menino hindu está sob custódia protetora da polícia no leste do Paquistão após se tornar a pessoa mais jovem a ser acusada de blasfêmia no país.
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A família do menino está escondida e muitos da comunidade hindu no conservador distrito de Rahim Yar Khan, em Punjab, abandonaram suas casas após uma multidão muçulmana ter atacado um templo hindu após a soltura da criança na semana passada. Tropas foram enviadas à área para reprimir quaisquer outras perturbações.
No sábado (7), 20 pessoas foram presas em conexão com o ataque ao templo.
O menino é acusado de urinar intencionalmente sobre um carpete na biblioteca de uma madraça, onde livros religiosos são mantidos, no mês passado. Acusações de blasfêmia podem conduzir à pena de morte.
Falando de um local não revelado, uma pessoa da família do menino disse ao The Guardian que “o menino nem tem noção de tais questões de blasfêmia. Ele ainda não entende qual foi o seu crime e foi mantido preso por uma semana”.
Acusações de blasfêmia contra uma criança chocaram especialistas, os quais dizem que a medida é sem precedentes. Ninguém tão jovem assim já foi acusado de blasfêmia antes no Paquistão.
Leis relacionadas à blasfêmia vêm sendo usadas desproporcionalmente no passado contra minorias religiosas no Paquistão. Embora nenhuma execução por blasfêmia tenha sido realizada no país desde 1986 quando a pena de morte foi introduzida, suspeitos são geralmente atacados e algumas vezes mortos por bandos.
Ramesh Kumar, legislador e líder do Conselho Hindu do Paquistão, disse, “o ataque ao templo e alegações de blasfêmia contra o menino de 8 anos realmente me chocaram. Mais de uma centena de casas na comunidade hindu foram abandonadas devido ao medo de ataques”.
Fonte: The Guardian