Bullying nas escolas também afeta os brasileiros (imagem: PM)
Não é incomum termos notícias de que uma ou outra criança passa pela situação de Bullying em escolas. Deveria ser diferente, mas ainda hoje, brasileiros em fase escolar migrando para escolas no exterior, ou mesmo aqueles que nasceram no Japão e adentram as unidades educativas nas cidades que residem, podem sim vir a sofrer Ijime, conhecido por Bullying.
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A diferença dos traços, na fala, na escrita, da origem, pode ser considerada por alguns, motivo para a prática desse grave comportamento.
Mas afinal, o que é o Bullying?
O Bullying é um comportamento agressivo e persistente com a intenção de causar dano físico ou moral em um ou mais estudantes que são mais fracos e incapazes de se defenderem (Olweus,1993).
Embora a vítima muitas vezes sinalize ao agressor que não está gostando da situação, esse a ignora e mantém o comportamento ofensivo e degradante, tentando diminuí-la e intimidá-la.
As agressões possuem várias formas, podendo ser: agressões físicas, como chutes ou empurrões, roubos e destruição de pertences, agressões verbais (orais e escritas), onde são utilizadas palavras ofensivas, insultos, comentários homofóbicos, racistas, questões religiosas, gozação das características físicas, da classe econômica, desqualificação pelo país de origem e sua cultura e agressões psicológicas como chantagens, perseguições e manipulações.
Com o avanço tecnológico os canais da internet também estão sendo usados de maneira maldosa para fazerem vítimas e dar uma outra cara para o processo de humilhação, exposição negativa e consequentemente continuar os abusos, conhecido como Ciberbullying, modalidade onde o agressor sente-se ainda mais protegido e inatingível.
Estudos apontam que os agressores, fazem uso da sua agressividade como algo positivo e ostentam esse comportamento como sinônimo de poder e prestígio.
Do outro lado a vítima, repetidamente exposta a humilhações, agressividades e ridicularizada, apresenta um comportamento inibido, passivo e submisso. Rolim, 2008 cita que não é difícil esses apresentarem quadros de dores de cabeça e dores abdominais, podem ter episódios de insônia e até mesmo enurese noturna (xixi na cama), aversão a escola, possível mau rendimento escolar e até mesmo evasão escolar.
Também não é incomum as crianças vítimas de Bullying terem uma baixa na auto estima, atitudes agressivas ou provocativas em casa com a família e alterações psicológicas como depressão, ansiedade e outras formas de estresse.
Não cabe aqui um julgamento, pois crianças e jovens adeptos a prática do Bullying possivelmente também já sofreram algum tipo de violência e não aprenderam a transformar sua raiva em algo bom, mas aos pais que tem filhos no período escolar é importante que estejam atentos.
Ações importantes
Busque sempre manter um diálogo com seus filhos, aproxime-se do cotidiano deles, embora a vida no Japão seja muito corrida e cansativa, um tempinho de atenção e carinho sempre faz bem e pode encorajar o seu filho a contar sobre suas angustias e possíveis situações desagradáveis.
Observe isolamentos, momentos de tristeza, falas mais agressivas, e, nesse caso tente saber o porquê. Se sentir que não consegue sozinho(a), a ajuda psicológica pode ser uma grande aliada dentro desse processo doloroso, muitas vezes silencioso e perigoso.
Se deseja conversar, desabafar ou busca orientações, entre em contato com a autora e solicite atendimento online. É mais prático e eficaz do que se imagina. Link no card abaixo.
Olweus, D. (1993). Bullying at school. What we know and what we can do. Oxford, UK: Blackwell.
Rolim, M. (2008). Bullying: O pesadelo da escola, um estudo de caso e notas sobre o que fazer. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul