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Imagem ilustrativa de SARS-CoV-2 (Flickr)
A sexta onda de infecção pelo coronavírus ainda nem passou no Japão e especialistas já estão apontando a possibilidade de demorar para passar ou ter um efeito sanfona por causa da subvariante stealth omicron.
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Na quarta-feira (2) o Conselho Consultivo que assessora o MHLW-Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar nas medidas contra o coronavírus, resumiu os resultados de uma análise comparando a gravidade da doença causada pela influenza com a covid, da variante ômicron.
Não se pode subestimar a ômicron, já que a taxa de letalidade é “considerada mais alta do que a da influenza”, apontou.
Os especialistas disseram que as duas doenças infecciosas são difíceis de comparar porque o número de pessoas infectadas e a definição de morte são diferentes. Além disso, a taxa de mortalidade da influenza foi estimada por vários métodos, com resultados de 0,0006 a 0,09%.
Por outro lado, a taxa de letalidade causada pela ômicron calculada a partir do número acumulado de fatalidades e do número acumulado de testados positivos desde janeiro deste ano foi estimada em 0,13%. Ou seja, na pior das hipóteses, 1,5 vez mais.
E ainda apontaram que a taxa de mortalidade dos pacientes com covid está aumentando.
Previsão de aumento de novos casos
Shigeru Omi, presidente do subcomitê de contramedidas do governo, disse no Comitê de Saúde e Bem-Estar da Câmara dos Representantes, na quarta-feira, que “o maior problema é que o número de pessoas recém-infectadas permanece alto“.
De acordo com a estimativa apresentada pelo Conselho Consultivo, a substituição ômicron convencional pela da subvariante BA.2 ou stealth omicron progredirá para 74% em 1.º de abril, em Tóquio. Assim, Omi prevê que provavelmente deverá aumentar o número de novos casos diários.
Stealth omicron é um caso à parte
Segundo os especialistas, “é melhor pensar que a BA.2 é completamente diferente da ômicron convencional”.
Apesar de serem classificadas como a mesma variante, existem cerca de 50 diferenças na informação genética. Isso corresponde a cerca de duas vezes a mutação observada entre a variante convencional, o coronavírus convencional e a variante Delta que causou a primeira onda.
Por isso, o professor associado Akira Saito, especializado em virologia, da Universidade de Miyazaki, se pergunta se poderia ser chamado de variante ômicron.
Subvariante se propaga muito rapidamente nos pulmões
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Paciente em tratamento da covid (Wikimedia)
Em um teste, os hamsters foram infectados com a variante BA.1 e BA.2 gerados em laboratório, para observar as diferenças. O que a equipe de Saito constatou é que a infecção da BA.2 ou stealth omicron é 1,4 vez maior do que a BA.1.
Segundo o professor, nos hamsters infectados pela stealth omicron a quantidade de vírus que se propaga nos pulmões é 10 a 100 vezes maior do que a BA.1. Além disso, foram observadas redução da concentração do oxigênio no sangue e perda de peso, o que não aconteceu com a ômicron convencional.
“Não sabemos se isso se aplica aos humanos, mas é melhor ter uma perspectiva de que pode ser perigoso”, alertou o professor Saito. Disse que é importante promover a vacinação de reforço para evitar riscos.
Fontes: FNN, Mainichi e Sankei