Uma construção que desabou em Fukushima (NHK)
Nas redes sociais foram vistos posts de que o terremoto de magnitude 7,4 ocorrido em Fukushima, na noite de quarta-feira (16), foi artificial. Chegou a entrar no trend topics do Twitter na quinta-feira (17), o termo 人工地震, lê-se jinko jishin, o qual pode ser traduzido como terremoto artificial.
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A NHK entrevistou um especialista em mecanismos do terremoto, o professor Takashi Furumura, do Earthquake Research Institute, da Universidade de Tóquio, o qual explicou que “se nos concentrarmos na energia desse terremoto, podemos ver imediatamente que não foi um artificial”.
“Para causar um tremor tão forte em uma faixa ampla, de Tohoku a Kanto, requer uma tremenda energia. Por exemplo, mesmo em um teste nuclear, não haveria energia suficiente”, pontuou.
Quando a Coreia do Norte realizou um teste nuclear subterrâneo no passado, foram observadas vibrações com uma magnitude de cerca de 5 em comparação à usada na sismologia, o que foi chamado de terremoto artificial.
Uma das imagens utilizadas para o post de notícia fake (NHK)
Explicou que a magnitude do terremoto de Fukushima é de 7,4. A diferença de energia de 2 pontos em magnitude corresponde a mil vezes mais. E também disse que nas redes sociais há posts usando um gráfico reproduzido de um instituto de pesquisa apontando-o como suposta prova de que se trata de um terremoto artificial.
Não se pode cavar um buraco de 57km
Hiroyuki Fujiwara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisa para Ciências da Terra e Prevenção de Desastres, nega a teoria do terremoto artificial, chamando a atenção para a profundidade do epicentro do terremoto de Fukushima.
“O epicentro foi a 57km de profundidade, portanto, impossível cavar um buraco em um lugar tão profundo com a tecnologia humana atual“, apontou.
De acordo com Fujiwara, o buraco mais profundo do Japão foi cavado para exploração de recursos na província de Niigata, e a profundidade é de cerca de 6,3 mil metros, ou seja, pouco mais de 6km.
Luminescência tem explicação
Às 11h37 de quarta-feira, um minuto após o terremoto, clarão em Sendai, Miyagi (NHK)
Outro post indicando que se tratava de uma “prova de que foi um terremoto artificial”, foi o uso de uma imagem com um brilho intenso no momento dessa ocorrência.
O professor Seiichi Kato, da Tokyo Denki University, esse clarão é causado por uma grande quantidade de eletricidade que flui pela atmosfera quando as linhas de transmissão de energia elétrica são abaladas pelo terremoto, entrando em contato umas com as outras, causando um curto-circuito, o qual é chamado de fenômeno do arco-elétrico.
Recomendou aos internautas que não ajudem a espalhar esse tipo de notícia fake ou trollagem. “Nos sentimos desconfortáveis quando ocorre um desastre, mas ao coletar informações, por favor, trabalhe com calma consultando as fontes confiáveis, de instituições públicas”, advertiu.
Veja abaixo um dos posts de notícia fake.
Fonte: NHK