A covid-19 conduziu as redes de fornecimento globais ao ponto de ruptura, causando escassez e enviando os preços lá para cima.
Bem quando a pandemia parece ter se acalmado, a invasão russa da Ucrânia ameaça mexer ainda mais com as frágeis redes de fornecimento.
A Rússia é uma grande produtora de commodities, de tudo desde petróleo e gás natural ao paládio e trigo.
A Ucrânia também é uma grande exportadora de trigo, assim como neônio. A crise está colocando dúvidas sobre a disponibilidade de uma parte considerável desses suprimentos vitais.
“O maior risco que as redes de fornecimento globais enfrentam mudou da pandemia para o conflito militar entre Rússia e Ucrânia e incertezas geopolíticas e econômicas que ele criou”, escreveu o economista Tim Uy da Moody’s Analytics em um relatório na quinta-feira (3).
A Moody’s alertou que a crise entre Rússia e Ucrânia “vai só exacerbar a situação de companhias em muitas indústrias”, principalmente aquelas dependentes de fontes de energia.
A Europa, em particular, sentirá o maior impacto dos aumentos dos preços de energia, porque ela é dependente da Rússia para gás natural. Preços do petróleo aumentaram no mundo, deixando a gasolina mais cara e elevando o custo para companhias aéreas e outras indústrias, como plástico, que dependem de petróleo.
O conflito entre Rússia e Ucrânia também poderá colocar mais pressão sobre a escassez global de chips para computadores, que começou durante a covid-19 e tem estado no centro do aumento nos preços de carros novos e usados.
A Moody’s apontou que a Rússia fornece 40% do paládio do mundo, uma fonte fundamental usada na produção de semicondutores. Além disso, a Moody’s disse que a Ucrânia produz 70% do neônio mundial, um gás usado na fabricação de chips de computadores.
Fonte: CNN