Em relação ao desaparecimento do barco de turismo Kazu I, de Hokkaido, desde sábado (23), com confirmação de 11 vítimas fatais até segunda-feira (25), as buscas continuam.
A Guarda Costeira do Japão (JCG), presumindo que tenha afundado, está usando sondas mais sofisticadas para expandir o alcance do fundo do mar, a qual chega a observar 100 metros de profundidade, informou na terça-feira (26).
Também informou que já obteve autorização da Rússia, caso seja necessário expandir as buscas para as águas desse território.
Expectativa de pedir a namorada em casamento
Os pescadores de Shiretoko (Hokkaido) também ajudam na busca das demais 15 vítimas ainda não encontradas, entre elas o capitão e o marinheiro. “Todos temos o mesmo sentimento de encontrá-las logo para que possam ser entregues aos seus familiares”, disse um deles para a NHK.
Entre os turistas havia um homem que iria pedir a mão da namorada, com as alianças providenciadas. Seus familiares e da noiva jamais imaginaram que terminaria em tragédia.
Por que o capitão decidiu sair
Nesse dia as condições climáticas não estavam favoráveis, segundo as pessoas que trabalham nessa área. O capitão do Kazu I saiu do Porto de Uroto às 10h de sábado, mesmo tendo ouvido de várias pessoas para desistir. “Não vá, está perigoso”, teria dito um colega de outra companhia. “Nesse dia havia ondas elevadas a 3 metros e a velocidade do vento era de 16m/s ou 57,6km/h”, explicou.
Um outro capitão que trabalhou como responsável do Kazu I por 5 anos, mas deixou a empresa, disse que “a maioria dos funcionários foi substituída na primavera passada”. Emendou apontando que a companhia é desleixada.
O dono da empresa Yuretoko Yuransen, operadora desse barco, disse “pensava que não teria problema”, se referindo à saída para o passeio turístico.
“Sabia que o mar ficará agitado por isso disse para ele não ir”, declarou um capitão de outra operadora, tendo alertado no dia anterior. “Me pergunto por que foi”, lamenta.
Além disso, o dirigente sindical da cooperativa de pescadores também alertou o capitão antes da partida do barco de turismo. Contou que o aconselhou a não sair porque as ondas estão altas, mas foi.
Condições desfavoráveis e local perigoso
De acordo com um homem que costumava ser marinheiro de um barco turístico em Shiretoko, disse que a área ao redor das Cataratas de Kashuni é “um lugar perigoso com marés rápidas e recifes“.
O tamanho do recife é de cerca de 30 metros de comprimento e 10 metros de largura, o que significa que os barcos turísticos que vêm e vão neste local navegam com muito cuidado.
Além disso, nessa área, quando sopra o vento noroeste, as ondas tendem a subir, dificultando a manobra do navio.
E foi nesse local que provavelmente ocorreu o acidente, segundo o último contato do capitão.
Fontes: NNN, NHK, Sankei e HP