Shinzo Abe (banco de imagens)

Em reunião do gabinete nesta sexta (26), o governo revelou que gastará ¥250 milhões do fundo de reserva do orçamento deste ano fiscal para pagar o funeral do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe.

O “Funeral Nacional” (Kokuso – 国葬) será realizado no Nippon Budokan em Tóquio no dia 27 do próximo mês. O governo decidiu pagar todas as despesas com fundos nacionais, e estava trabalhando no cálculo do valor necessário, assumindo que o número máximo de participantes oficialmente convidados será de cerca de 6.000 pessoas.

O governo explica que ¥210 milhões serão utilizados para os preparativos do local do evento, e ¥30 milhões para aluguel do Budokan e de ônibus para o transporte dos convidados.

Entretanto, nas despesas, não estão incluídos custos com segurança e policiamento.

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Muitas pessoas do exterior estão programadas para comparecer ao funeral, e os preparativos estão em andamento para montar um local separado para que a população possa trazer flores e prestar homenagens para Abe.

O governo acelerará os preparativos para criar a lista dos participantes, garantir meios de transporte e tomar as medidas de prevenção contra coronavírus.

Em coletiva, o secretário do gabinete Matsuno disse: “Estou ciente de que existem várias opiniões sobre o funeral do ex-primeiro-ministro Abe. Quero deixar claro que ninguém será obrigado a participar do luto, e esta não é uma ação política”.

A realização do funeral virou um tópico extremamente controverso no Japão nos últimos 2 meses. Em pesquisa online feita pelo jornal Bunshun entre os dias 30 de julho e 7 de agosto com mais de 2,900 pessoas, 79,7% responderam que são contra o funeral, e apenas 16,7% são favoráveis. O principal fator que impulsiona a oposição ao funeral é a despesa considerada alta por muitos.

Em enquete feita com 278 advogados pela “Bengoshi.com”, 65,5% dos advogados responderam que são contra o funeral, e alegam que “não há uma base legal” para a realização.

No dia 23 de agosto, professores universitários e escritores renomados criaram uma petição online pedindo o cancelamento do funeral, e já contam com mais de 58 mil assinaturas.

Fonte: NHK