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Instalou-se um clima de tensão nas ilhas do sul de Okinawa e em toda a província por causa do exercício militar. “Não temos para onde fugir”, disse uma mulher.
Vista aérea da ilha de Hateruma, administrada por Taketomi-cho (Wikimedia)
Os lançamentos de 9 mísseis balísticos pela China em exercício militar ao redor de Taiwan, na quinta-feira (4), deixaram a população de Okinawa com medo.
Cinco desses mísseis caíram na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Japão e um foi a sudoeste da ilha de Hateruma, pertencente a Taketomi-cho, próxima a Ishigaki (Okinawa).
Os residentes de outra ilha, a de Yonaguni, cuja distância de Taiwan é praticamente a mesma, também levantaram vozes pedindo para o governo japonês interferir no sentido de pedir para parar com o exercício militar chinês, pois estão sendo feitos a 60 quilômetros das ilhas do sul do Japão.
Em marrom claro os locais dos exercícios militares da China, e onde ficam Taiwan e as ilhas de Okinawa (Guarda Costeira do Japão)
“Estamos preocupados e com medo. Não suporto pensar que pode começar uma guerra”, disse um agricultor de 37 anos que cultiva cana-de-açúcar em Hateruma.
“Estou com medo de continuar na ilha. Se algo acontecer não temos para onde fugir. Acho que muitos pensam o mesmo”, disse uma mulher na faixa dos 40 que tem filhos.
“Se tivesse ocorrido um erro teria causado um dano enorme”, falou o governador de Okinawa, Denny Tamaki. “Por meio do governo (do país) é preciso pedir para a China interromper esses exercícios militares”, afirmou.
Tamaki pediu ao Ministério da Defesa que sejam prestadas informações à província para repassá-las aos municípios, população local e cooperativas dos pescadores.
“É absolutamente inaceitável que os pescadores digam que não podem pescar porque sentem que estão em perigo”, pontuou Tamaki.
Base Aérea de Kadena, entre Chatan e Kadena (NHK)
Na base americana de Kadena (entre Chatan e Kadena), foram vistos 6 caças F-15 e 3 aviões de reabastecimento aéreo KC-135 decolarem um após outro, desde a véspera da chegada de Nancy Pelosi em Taiwan. De acordo com o Departamento de Defesa de Okinawa, na noite de terça-feira, 22 aviões de reabastecimento aéreo KC-135 estavam voando de outras bases para a Base Aérea de Kadena.
A movimentação das aeronaves militares continua, provavelmente pela monitoração das ações da China.
“Okinawa fica perto de Taiwan e da China, e se as tensões aumentarem, isso levará diretamente à preocupação e aos danos aos meios de subsistência da população”, analisou o prefeito de Chatan, onde a base de Kadena está instalada na divisa com a cidade homônima. Ele disse que espera que tudo seja resolvido pacificamente através dos meios diplomáticos.
Fontes: Ryukyu Shimpo, Okinawa Times e NHK
