Toshiko Taira, tesouro nacional vivo do Japão, trabalhou arduamente para a preservação de uma das obras tradicionais de Okinawa, chamada bashofu (芭蕉布), um têxtil tão leve quanto as asas de uma libélula, elegante, e perfeito para os quimonos para o clima quente e úmido dessa província.
Aos 101 anos Toshiko Taira se foi e, segundo fontes, foi encontrada morta em sua casa, na vila Ogimi (Okinawa), onde nasceu em 1926.
Depois de aprender as técnicas têxteis de algodão e seda com sua mãe, estudou com Kichinosuke Tonomura, um líder do movimento de arte popular, na cidade de Kurashiki (Okayama).
Após a Batalha de Okinawa, retornou à sua terra natal para se dedicar à preservação desse têxtil, pois não havia mais artesãos sucessores. Abriu o ateliê de tecelagem bashofu em 1963 e em 1974 criou uma associação para preservação dessa técnica.
Essa técnica refinada utiliza as fibras de itobasho, um membro da família das bananeiras. O artesão faz de tudo, desde o cultivo, ao processamento para fazer os fios, até o acabamento final desse tecido.
Em 2000, ela foi reconhecida como detentora de importantes bens culturais imateriais, e foi agraciada com a certificação como um dos Preservadores de Propriedades Culturais Intangíveis Importantes, concedido pelo Ministro da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia (MEXT).
Mesmo depois de completar 100 anos, Taira ia para o centro de treinamento de sucessores e se envolvia nas tarefas, como fiar as fibras.
A título de curiosidade, a vila de Ogimi fica ao norte de Okinawa, com uma população de cerca de 3 mil habitantes, sendo que os idosos são longevos e saudáveis. E consta do Guinness como a vila com população mais idosa do mundo.
Fontes: NHK e Okinawa Times