Corinne Fleischer, diretora do Programa Alimentar Mundial (PAM) deu uma entrevista para a emissora estatal NHK, para a qual disse que “podemos acabar em uma situação em que não haverá comida suficiente para alimentar a população mundial“.
Fleischer explica que embora a Ucrânia tenha retomado as exportações dos produtos agrícolas em agosto, um passo importante, dando a impressão de que as preocupações com a crise alimentar mundial diminuíram, mas não é bem assim.
Ela é responsável pelo programa alimentar da Ucrânia, Oriente Médio e norte da África. “As terras agrícolas e as infraestruturas foram destruídas, e a parte oriental do país, onde a agricultura está prosperando, tornou-se a linha de frente da batalha, cujos agricultores estão se juntando à batalha como soldados”, explicou, expressando preocupação em relação a Ucrânia.
Além disso, explicou que a safra de grãos deste outono para o ano que vem cairá mais de 30% em relação aos 100 milhões de toneladas da safra passada, que foi uma boa colheita.
Além disso, as exportações da Rússia, que produz grande parte dos fertilizantes do mundo, estagnaram, e o preço dos fertilizantes disparou, tornando difícil para os agricultores de todo o mundo comprarem fertilizantes suficientes.
Fleischer também mencionou que eventos climáticos extremos, como inundações no Paquistão e secas na China e na Europa, podem ter um impacto negativo no abastecimento mundial de alimentos no futuro.
“O problema este ano foi que não podíamos comprar alimentos devido ao aumento dos preços agrícolas, mas no próximo ano podemos estar em uma situação em que não haverá comida suficiente para alimentar a população mundial“, disse Fleischer. Expressou sua profunda preocupação e insistiu que a crise não acabou.
Além disso, ela enfatizou a necessidade de apoio dos países desenvolvidos, dizendo que a crise alimentar deve ser colocada na agenda principal do G7, cujo anfitrião será o Japão no próximo ano.
Fonte: NHK