O mercado de Tóquio abriu as operações com o câmbio de ¥149,90 por dólar na manhã de quinta-feira (20), e fechou o expediente com ¥150,06.
Abriu-se uma grande diferença comparando com o começo deste ano, 4 de janeiro, quando o câmbio era de ¥115 por dólar. Segundo a análise dos economistas, a moeda japonesa poderá desvalorizar ainda mais chegando ao nível dos ¥160 a cada dólar.
Famílias terão que segurar os gastos
Na atual circunstância do câmbio a ¥150, o fardo anual de uma família aumenta para cerca de 86 mil ienes se mantiver o mesmo nível de consumo.
A análise é de que os gastos com alimentação são os que mais pesam, com aumento de 40 mil ienes. Depois vêm os gastos com energia (gás, eletricidade e combustível) cujo aumento fica na casa dos 30,5 mil ienes e cerca de 9.256 ienes com utilidades domésticas. Poderá ficar difícil reduzir as despesas, pois são itens necessários no cotidiano.
Essa soma de aumento de despesas poderia ir para a poupança dos filhos em tempos normais, mas pode ser inevitável ter que consumir.
Quanto mais o iene se desvaloriza, mais sério o problema
De acordo com Saisuke Sakai, economista-chefe da Mizuho Research & Technologies, “as famílias de baixa renda arcarão com uma parcela maior de necessidades diárias do seu orçamento, por isso, o fardo será mais pesado“. Portanto, quanto mais o iene se desvaloriza, mais sério o problema.
Além disso, os salários não acompanham esses aumentos, portanto, uma parte da mão de obra já está indo para o exterior, onde pode ganhar muito mais. A médio e longo prazo isso será um problema para o Japão.
“Mesmo que o dólar exceda temporariamente 150 ienes, a depreciação do iene continuará até o final do ano”, analisa Sakai.
Kohei Morinaga, analista econômico, disse: “O dólar vai para o nível de 160 ienes. O iene continuará a se depreciar até o início da primavera de 2023. Se os Estados Unidos frearem o aumento da taxa de juros, existe a possibilidade de que o iene pare de depreciar”.
Fontes: NHK e JNN