Menino desinfetando as mãos com álcool em gel (ilustrativa/banco de imagens)
Algumas crianças desenvolveram sintomas graves da covid-19 após contrair o vírus, apesar de não ter condições subjacentes, de acordo com reportagem divulgada pelo jornal Asahi.
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O número de crianças que desenvolveu sintomas graves vem aumentando, visto que os casos de covid-19 envolvendo menores está crescendo a um nível sem precedentes devido à propagação da variante ômicron.
Número de crianças e jovens infectados
Considerando “a oitava onda” como possibilidade, especialistas enfatizam a importância de se vacinar.
O número de pacientes da covid-19 com idade igual ou inferior a 19 anos foi de 5.49 milhões desde 20 de setembro, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Análise baseada nos dados do ministério mostra que o número cumulativo de pacientes da covid-19 com idade igual ou inferior a 19 anos de setembro a dezembro de 2020 foi de 14 mil.
O número para 2021 foi de 220 mil.
Isso significa que pacientes da covid-19 que são jovens e crianças aumentaram após a variante ômicron ser disseminada.
Houve apenas 3 mortes relacionadas à covid-19 entre aqueles com idade igual ou inferior a 19 até o fim de 2021 antes de aumentar para 31 desde 20 de setembro.
Hospitalizações
Foi reportado que com mais crianças contraindo o vírus, algumas foram até hospitalizadas após desenvolver sintomas moderados ou graves.
Algumas crianças que precisaram ser hospitalizadas não tinham condições subjacentes e especialistas disseram que isso é preocupante.
A Sociedade Japonesa de Medicina de Cuidado Intensivo estudou 220 mil pacientes da covid-19 que têm idade igual ou inferior a 19 em todo o Japão que receberam tratamento, incluindo hospitalização, após desenvolver sintomas moderados a graves que precisaram de administração de oxigênio entre 10 de março e 15 de agosto.
Ela descobriu que 150, ou 68%, não tinham condições subjacentes.
A 6ª onda começou durante o período do estudo, entre 10 de março e 15 de agosto.
Separadamente, a sociedade estudou 152 pacientes de covid-19 com idade igual ou inferior a 19 que foram hospitalizados em ou após o fim de junho.
Ela descobriu que muitos deles eram crianças bem mais novas, com metade em idade pré-escolar, 30% estudantes do primário e 10% bebês de 1 ano ou menos.
Encefalopatia aguda e síndrome do crupe
Mais crianças estavam desenvolvendo sintomas como encefalopatia aguda, que pode levar a complicações neurológicas ou convulsões causadas por febre alta.
Hiroshi Kurosawa, pediatra no Hospital das Crianças de Kobe da província de Hyogo, que conduziu o estudo, disse que desde que a variante ômicron se tornou dominante, o número de casos de covid-19 em crianças aumentou, o que levou a um aumento no número daquelas que desenvolvem sintomas moderados a graves independentemente se elas têm condições subjacentes.
Visto que a variante ômicron se tornou disseminada, mais crianças infectadas pelo coronavírus foram hospitalizadas após desenvolverem síndrome do crupe e seus sintomas, como condições respiratórias graves, convulsões, vômito e desidratação, de acordo com Tomohiro Katsuta, professor associados de doenças infecciosas pediátricas na Escola de Medicina da Universidade St. Marianna.
A síndrome do crupe é conhecida por causar um tipo distinto de tosse.
Katsuta disse que com a suspensão de restrições da covid-19, “Receber a vacina é mais importante agora”.
Fonte: Asahi