Um órgão farmacêutico consultivo para o Ministério da Saúde do Japão não manifestou na sexta-feira (27) nenhuma objeção em relação à fabricação e comercialização de uma pílula abortiva, trazendo o medicamento para mais perto de se tornar o primeiro de seu tipo a ganhar aprovação no país.
Atualmente, abortos nos estágios iniciais de uma gravidez no Japão são limitados a procedimentos cirúrgicos, e a pílula oral, se for aprovada, é vista como uma nova opção que poderia aliviar o estresse físico e mental das mulheres.
O ministério disse que reuniria opinião pública e debateria mais sobre o assunto com seu subcomitê farmacêutico, visto que a pílula abortiva havia acumulado “interesse social profundo e necessita de discussão cuidadosa”.
A Linepharm KK, uma subsidiária da farmacêutica britânica Linepharma International Ltd., solicitou aprovação para fabricação e comercialização de sua pílula abortiva “Mefeego” no Japão em dezembro de 2021.
O medicamento pode ser usado para encerrar gestações de até 63 dias, ou 9 semanas, e é produzido com uma combinação de mifepristona, que bloqueia o hormônio da gravidez, e o misoprostol, que estimula contrações uterinas.
De acordo com um ensaio clínico doméstico consistindo de 120 mulheres que optaram pelo aborto, 93% tiveram êxito em suas terminações dentro de 24 horas da ingestão. Embora 59% tenha apresentado sintomas como dor abdominal e vômito, eles foram leves a moderados.
A combinação dos medicamentos foi aprovada pela primeira vez na França em 1988. Ela é usada em mais de 70 países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Fonte: Mainichi