A Organização Mundial da Saúde (OMS) demitiu seu alto responsável no Pacífico Ocidental após a agência de notícias Associated Press ter divulgado no ano passado que dezenas de funcionários o acusaram de comportamento racista, abusivo e antiético que pode ter comprometido a resposta da agência da saúde das Nações Unidas à pandemia de coronavírus.
Em um email enviado aos funcionários na quarta-feira (8), o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a nomeação do Dr. Takeshi Kasai havia sido encerrada após investigação interna ter descoberto “provas de má conduta”.
O governo japonês, que deu suporte à nomeação de Kasai para o cargo, se negou a fazer comentários.
Um resumo de uma investigação interna da OMS, apresentado em uma reunião do conselho executivo da agência nesta semana em Genebra, descobriu que Kasai hostilizava regularmente trabalhadores na Ásia, incluindo se engajar em “comunicação agressiva, humilhação pública e comentários racistas”.
Altos diretores da OMS disseram ao órgão governante da organização que Kasai havia criado uma “atmosfera tóxica”, que funcionários estavam com medo de retaliação se eles falassem contra ele e que havia “falta de confiança” na OMS.
Documentos e registros mostraram que Kasai fez comentários racistas contra seus funcionários e colocou a culpa em alguns países do Pacífico pelo aumento da covid-19 pela “falta de capacidade dessas nações devido a uma cultura inferior, raça e nível socioeconômico”.
Vários funcionários da OMS sob a responsabilidade de Kasai disseram que ele compartilhou indevidamente informação restrita sobre vacina da covid-19 para ajudar o Japão, sua terra natal, a marcar pontos políticos com doações específicas.
Kasai é um médico que atuou no sistema de saúde público do Japão antes de ir para a OMS, onde ele trabalhou por mais de 15 anos.
Fonte: Japan Today