Um dispositivo “do tamanho de um prato” foi esquecido dentro do abdômen de uma mulher na Nova Zelândia após ela ter dado à luz por cesárea em um hospital de Auckland.
O retrator de incisão Alexis – um instrumento em forma de tubo leve para manter feridas cirúrgicas abertas que pode medir até 17cm de diâmetro– só foi removido 18 meses após o parto.
Durante esse tempo, a mulher sofreu dores severas e foi várias vezes ao médico antes de ser submetida a uma tomografia computadorizada.
Reguladores da saúde disseram que o sistema do hospital público falhou com a paciente.
Inicialmente, autoridades da saúde de distrito Te Whatu Ora Auckland argumentaram que eles não haviam falhado em exercer cuidado e habilidade fundamentada.
Mas a Comissária de Saúde e Deficiência da Nova Zelândia discordou, em descobertas divulgadas na segunda-feira (4).
“É óbvio que o cuidado oferecido ficou abaixo do padrão apropriado, porque o (retrator) não foi identificado durante quaisquer verificações cirúrgicas de rotina, resultando no objeto ficando dentro do abdômen da mulher”, disse Morag McDowell.
“Funcionários envolvidos não têm explicação para como o retrator acabou na cavidade abdominal, ou por que ele não foi identificado antes do fechamento”, disse ela.
O retrator Alexis é um objeto largo de plástico transparente fixo em dois anéis. Tipicamente, ele é removido após incisão uterina ser fechada em uma cesárea e antes da pele ser suturada.
Como ele é um item ‘não radiopaco” não pode ser detectado em verificações por raio-X.
A equipe no Hospital da Cidade de Auckland que atendeu a mulher havia substituído o primeiro retrator Alexis que eles usaram por um maior. Foi esse segundo retrator que foi esquecido no abdômen da paciente.
A comissária citou que essa foi a segunda vez em 2 anos que um dispositivo havia sido deixado dentro de um paciente do hospital de Auckland.
“A mulher passou por episódios de dor por um período de tempo significativo após sua cirurgia até o item ser removido em 2021.
A paciente, que tem cerca de 20 anos, foi ao médico várias vezes nos 18 meses após ter dado à luz em 2020, e mesmo na emergência do hospital em uma ocasião por causa da dor. Seu nome não foi divulgado para proteger sua privacidade.
Fonte: BBC