Pesquisadores alteraram partes do DNA de galinhas para impedir significantemente a transmissão de gripe aviária sem prejudicar a saúde das aves, uma intervenção que poderia provar ser uma maneira simples e econômica de proteger animais e humanos da doença.
Em um estudo revisado em pares (peer-reviewed) publicado na terça-feira (10) na revista Nature, pesquisadores da Universidade de Edinburgh, do Imperial College London e do Instituto Pirbright, usaram técnicas de edição de gene para alterar a parte do DNA da galinha responsável por produzir a ANP32A, uma proteína que o vírus da influenza assume para se replicar.
No estudo, galinhas cuja molécula ANP32A tiveram o gene editado foram expostas a uma dose normal da cepa de gripe aviária H9N2-ULD e 9 de 10 continuaram não afetadas, sem nenhuma transmissão para outras aves.
A propagação da gripe aviária é uma preocupação crescente para autoridades da saúde, grupos de bem-estar animal e produtoras de alimentos. Mais de 100 milhões de animais foram abatidos no inverno passado, e a propagação para humanos em poucos casos isolados alimentaram temores de uma nova pandemia.
James Wood, chefe de medicina veterinária na Universidade de Cambridge que não estava envolvido no estudo, chamou a pesquisa de “avanço” que “oferece prova importante do princípio de utilidade de edição de gene na introdução de resistência genética para doença causada por influenza em animais de fazenda”.
Fonte: Financial Times