Forte terremoto em Ehime tem mecanismo diferente do Nankai Trough

Isso foi o que o porta-voz da agência japonesa explicou em coletiva de imprensa, pois havia séria preocupação de que fosse um gatilho para o temido megaterremoto.

Coisas da cozinha do apartamento de uma telespectadora da NHK caíram com o forte tremor do terremoto, cidade de Sukumo (Kochi)

O forte terremoto em Ehime ocorrido quase na virada da noite de quarta-feira (17), às 23h14, de magnitude preliminar de 6,4 foi corrigida para 6,6, segundo a Agência de Meteorologia do Japão (AMJ). Também foi corrigida a profundidade do epicentro, anunciada como 50 quilômetros, mas corrigiu-se para 34.

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Segundo a AMJ poderão ocorrer réplicas, inclusive da mesma magnitude, durante uma semana, por isso, recomenda cuidados e prevenção.

Pouco depois da 1h de quinta-feira (18), foi realizada uma coletiva de imprensa da AMJ para explicar sobre o mecanismo desse evento sísmico. “Neste momento, não acreditamos que a possibilidade de ocorrência de um grande terremoto esteja aumentando rapidamente”, disse o porta-voz.

Esse forte terremoto ocorreu dentro da suposta área do epicentro do temido megaterremoto Nankai Trough, mas do ponto de vista da AMJ “não acreditamos que a possibilidade de ocorrência de um grande abalo sísmico esteja aumentando rapidamente”, pontuou o porta-voz. E ele explicou os motivos:

  • A magnitude é menor que o padrão para o Nankai Trough
  • O mecanismo é diferente do megaterremoto porque o tremor ocorreu dentro das placas e não nos limites das placas tectônicas

Além disso, esse abalo sísmico foi inferior à magnitude 6,8 e não cumpre os critérios para iniciar uma investigação.

De acordo com a AMJ, esta é a primeira vez que um terremoto de intensidade sísmica igual a 6 foi observada nas províncias de Ehime e Kochi desde 1996, quando a classificação foi revisada.

Nao Hirata, professor emérito da Universidade de Tóquio e presidente do Comitê de Pesquisa de Terremotos do governo, disse: “Não estamos em condições de alertar imediatamente sobre o megaterremoto de Nankai Trough, mas a escala desse de Ehime é uma estimativa preliminar e há possibilidade de revisão no futuro. É preciso ficar atento às informações”.  

Esse terremoto de 6,6 em Ehime foi da classe 2 de movimento de solo, ou seja, de tremor longo e lento. Nesse caso, a pessoa tem dificuldade em se manter de pé se não se apoiar em algo firme. Por isso, causou danos materiais em algumas localidades.

Fontes: NHK, Yomiuri e ANN   

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Além das sardinhas, mariscos forram as praias e em outro lugar, as lulas vagalume

Publicado em 18 de abril de 2024, em Sociedade

Esses fenômenos assustam as populações locais, mas por outro lado, ficam felizes em obtê-los de graça e com fartura. Veja duas explicações.

Mariscos a perder de vista na areia da praia (ANN)

Na cidade de Rumoi (Hokkaido), no sábado (13), os pescadores profissionais disseram que nunca viram isso em 40 ou 50 anos. Esse fenômeno ocorre nos dois portos pesqueiros da cidade. “Em uma hora pesquei 150 sardinhas”, disse um jovem que foi pescar por hobby.

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No porto de Suttsu, a 200 quilômetros de Rumoi, o panorama é o mesmo: as águas brilham na cor prata de tantas sardinhas. Basta lançar a isca no mar para fisgar uma sardinha rapidamente. Os pescadores por hobby comemoram e, como são sardinhas frescas, uma das formas de preparo é o sashimi. A outra é assá-las para aproveitar a gordura boa.

Sardinhas nadando em círculo (ANN)

Todos os anos, as sardinhas migram para sul no inverno, mas em janeiro deste ano, houve mais de 10 dias em que a temperatura da água do mar ultrapassou os 10 graus Celsius, e muitos cardumes ficaram para trás em vez de se dirigirem para sul.

Cardume visto pela câmera subaquática da ANN

No entanto, por volta de março, a temperatura da água do mar caiu repentinamente. Por isso, as sardinhas podem ter escapado para os portos de pesca onde a temperatura da água do mar é ainda ligeiramente mais elevada.

Praia forrada de mariscos 

Ainda em Hokkaido, na cidade de Atsuma, a praia está forrada de mariscos Spisula sachalinensis, que têm o nome popular de mariscos surf de Sakhalin.

Residentes locais recolhendo os mariscos (ANN)

Um pescador profissional calculou que havia pelo menos 100 toneladas desses mariscos encalhados. Isso equivale à pesca de um ano. Mas, como a associação dos pescadores ainda não sabia da causa avisou a população para não comê-los crus, mas sim, assados ou cozidos.

Segundo um especialista, os mariscos ficam com dificuldade na movimentação quando a temperatura da água do mar cai abaixo de 7℃. Como no fim de março a temperatura caiu para 3,89ºC, os mariscos devem ter ficado incapazes de se mover, por isso foram parar na praia, levados pelas altas ondas de mais de 4 metros.

Brilho em uma praia no Mar do Japão

Na segunda-feira (15), na praia da cidade de Toyama (província homônima), banhada pelo Mar do Japão, um outro fenômeno está surpreendendo os moradores. 

As lulas vagalume brilham na escuridão (cedida pelo telespectador da ANN)

Anualmente, entre março e junho, é comum ver as lulas vagalume (brilham na escuridão), pois aparecem perto da praia para a desova. No entanto, a água ficou forrada desses seres comestíveis. Essas lulas minúsculas foram pescadas de quilos em redes. Segundo um entrevistado que anualmente vai pescá-las é a primeira vez que vê tanta quantidade. 

“A maioria vem pescar e em 15 minutos vai embora porque é tanta quantidade que não tem como levar pra casa”, disse.

Os pescadores profissionais também estão espantados. A cada 3 horas as redes se enchiam com 5 toneladas, uma fartura histórica. Segundo as estatísticas, isso não acontece desde 1953.

A consequência desse fenômeno é boa para os consumidores. No ano passado, 200 gramas dessa lulinha (hotaru-ika) foram vendidos a 1,5 mil ienes nos supermercados. Nesta temporada, os preços caíram para 599 ienes pela mesma quantidade.

Esse molusco é saudável e saboroso, podendo ser comido cru em sushi, mas também em molhos de pasta, cozido, preparado junto com o arroz, salteado, refogado com verduras, entre outros.

Lulas vagalume ou hotaru ika em japonês (ANN)

Fonte: ANN

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