O Japão registrou mais de 9 mil falências empresariais pela primeira vez em 9 anos no ano fiscal de 2023, enquanto companhias dependentes de auxílio do governo da era da pandemia foram eliminadas, com alguns analistas prevendo que o número pode exceder 10 mil neste ano fiscal.
As falências envolvendo dívidas de ¥10 milhões (US$66 mil) ou mais aumentaram 32% no ano para 9.053, de acordo com dados divulgados na segunda-feira (8) pela Tokyo Shoko Research.
Os aumentos afetaram indústrias em vários setores. Na construção, onde preços de materiais estão subindo, as falências aumentaram 39%, totalizando 1.777. No de vendas por atacado o aumento foi de 27%, chegando a 1.048 casos.
Enquanto o aumento nas falências reflita a dificuldade de empresas de pequeno e médio porte sofrendo em decorrência do custo da inflação e escassez de mão de obra, ele também é um sinal de que a economia está emergindo de um ciclo de criação de negócios normal e destruição.
As falências estavam espalhadas por todas as regiões do país, com Shikoku – a menor das 4 ilhas principais do Japão – sendo a mais afetada com um aumento de 57%.
Durante a pandemia, empresas se beneficiaram de empréstimos “zero a zero” os quais não exigiam pagamento de juros ou capital por um tempo. Como esse prazo chegando ao fim, os pagamentos aumentaram em 2023.
Houve 622 falências no ano fiscal de 2023 em companhias que receberam empréstimos zero a zero, alta de 14%.
Falências na indústria de restaurantes, que receberam uma corda de segurança durante a pandemia na forma de subsídios para fechamentos temporários ou horário reduzido de funcionamento, chegaram a uma alta recorde de 930 no ano fiscal de 2023.
Em meio a dificuldades cada vez maiores em garantir trabalhadores como motoristas, falências devido à escassez de mão de obra chegaram a 191 em todas as indústrias no ano fiscal de 2023 e provavelmente vão aumentar.
Citando a possibilidade de que custos de empréstimos podem subir no segundo semestre do ano fiscal de 2024 após aumentos de juros pelo Banco Central do Japão, o diretor de gestão da Tokyo Shoko Research, Nobuo Tomoda, disse que “será um golpe para companhias que construíram seus modelos de negócios no pressuposto de baixas taxas de juros, e é muito provavelmente que falências excederão 10 mil no ano fiscal de 2024.
Fonte: Asia Nikkei